sábado, 31 de dezembro de 2011

Reveillon: que venha 2012!


(Edição de foto: Malena Eguia)


Ano passado falei da ilusão que sempre criamos com o Reveillon, aquela sensação de que depois da virada, a vida mudará (se quiser ler de novo ou se não leu, clique aqui). Desta vez, eu quero falar apenas do momento clímax: a comemoração!
Temos mil festas populares, mil momentos “fabricados”, feitos para reunir as pessoas, a família, os amigos e etc., mas de todas, a minha preferida sempre foi o Reveillon. Eu sei que é uma euforia as pessoas todas felizes, comemorando junto, se abraçando... sei que isso é ilusório, mas sempre que estou no momento dos fogos, no momento da virada, sou tomado por um sentimento de conforto quando vejo todas as pessoas felizes, sorrindo, compartilhando energia boa. E por um segundo penso: “estou no mundo ideal”. E seria se isso fosse duradouro. Por isso, eu não vou fazer grandes desejos, grandes planos, grandes votos no momento da virada neste Reveillon. Planos a gente tem que fazer normalmente, independente de ser ano novo ou não. Desejos, temos que ter toda hora. E temos que executar nossos planos toda hora. Mas isso eu já falei, não preciso repetir. Este ano, o meu desejo a todas as pessoas é que tirem fotos do momento da virada e se espelhem nela para prosperar aquele sentimento! Daquele momento! Aquele momento em que todos querem o bem de todos! Este é o segredo de um mundo melhor. E nada mais.
Sonhador? Pode ser. Mas se todo mundo fizesse isso... ah, sim! Ninguém ousaria não gostar! E, a parte disso, meu desejo para todos é muita música! Sei que é manjado, mas nunca neguei minha admiração profunda por essa música. Quem já não agüenta mais, não precisa dar play no vídeo, mas com todo este texto, eu não poderia encerrar de outra forma. Encerro com Imagine, de John Lennon.
E que venha 2012! Bom ano novo a todos!


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sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal: a carta


(Foto: Getty Images)

Este ano não vou criticar comportamentos tacanhos, nem a mídia, nem nada, como fiz no ano passado (se não leu na época e quiser conferir, clique aqui). Qualquer semelhança com aspecto crítico, será mera coincidência (faça um esforço para acreditar nisso, por favor). Decidi voltar à infância e escrever uma carta ao Papai Noel. Vamos ver como ficou isso... ah, sim, antes de prosseguir, obrigado pela paciência. Estive totalmente “fora do ar” mês passado, mas tudo por uma boa causa! Para quem não sabe, me casei e, por conta de preparativos e coisas do tipo, não pude me dedicar ao blog. Aliás, a música de encerramento hoje é em homenagem a isso, ao invés do tema do texto, ok? Pois bem, estou de volta para os “papos” de música, filosofia, cotidiano e tudo o mais que o Out of the Box se propõe a tratar! Agora, sim, vamos à carta:

Papai Noel,

Este ano eu não vou pedir presentes. Na verdade, exceto às crianças, nem desejo isso a ninguém. Chega de materialismos. Pausa.

Este ano, peço que visite as pessoas e as contamine com compaixão e, até mesmo, com paixão de fato! Que as caixas de presente, tão belamente embaladas, contenham nobreza de sentimento, não de status. Peço que os abraços não tenham mais aquele irritante “tapinha nas costas”, mas tenham afago. Que os sorrisos não sejam tão demorados de se formar. Que o silêncio signifique respeito ao invés de indiferença. Que os pés sirvam para andar, correr, sustentar... mas não mais para pisar os outros. Peço que ensine as pessoas a serem egoístas em um sentido: serem corretas por elas mesmas, não para impressionar os outros.

Noel, desejo que você, que atinge a tantas pessoas, não seja um político. Vai saber? Não seja uma pessoa, pois não quero que sua bondade seja personificada, centralizada, mas compartilhada. Infelizmente, quando você existe, as pessoas transferem sua responsabilidade moral para a sua pessoa. Putz, isso é complicado. Neste caso, Papai Noel, estou eu a me tornar uma pessoa pior (o que é paradoxal com tudo o que estou te pedindo), mas é com pesar que preciso desejar que você não exista, apenas para evitar esse “golpe moral”.

É, Noel, você não pode existir. Vou sentir sua falta, mas prometo criá-lo novamente quando a infância invadir o meu lar, pois a criança aprende muito com você (pelo menos, deveria). Dessa forma, não precisa atender a nenhum dos meus pedidos, afinal, você não tem que fazer nada. Nós, as pessoas e cada um, é que precisamos ler essa carta e agir.

Adeus e até breve... e, claro, um feliz Natal!


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Resgatando o Rock: Jason Kertson and The Immortals


Jason Kertson
Em uma mistura de conversa de bar com garimpadas virtuais, eis que dou de cara com algo surpreendente e que, há algum tempo, achei que não veria mais: um cantor adolescente... totalmente à parte da cultura teen atual! Nada de emo, nada de happy rock (isso é um movimento nacional, mas tudo bem), nada disso. O nome desse garoto é Jason Kertson, vocalista de uma banda chamada The Immortals.
O primeiro vídeo que vi do Jason, no Youtube, foi um cover do Pearl Jam. Cantou Just Breathe. Ali, eu vi que o garoto tinha talento; tocava bem e tinha um timbre de voz muito bom. Pensei “ok, ele está cantando essa música porque está na mídia lá nos EUA. Tudo bem”, mas estava enganado. Fuçando na internet não foi difícil achar outros vídeos dele cantando outros covers e, além disso, descobrir que ele tem uma banda. Ouvindo o som dessa banda agradeci aos Deuses da música por poder ainda ter fé na nova geração de músicos! Um som nitidamente influenciado pelo grunge dos anos 90 (por sinal, The Immortals é de Seattle), um instrumental que lembra bastante o Bush em seus tempos áureos e a voz de Jason que, se só ouvida, não tem como ser associada a uma pessoa de 14 anos de idade apenas. E ao que parece, as músicas da banda são compostas pelo próprio Jason.
Analisando o volume de visitas online que eles têm em comparação aos artistas de internet “da modinha” (o primeiro é bem menor), fico só torcendo para que não apareça nenhum produtor com propostas milionárias interessado na voz de Jason, mas não no seu estilo. Espero que queiram promovê-lo com o som que faz, com a linha que segue, para, quem sabe, ser a salvação da nova geração de músicos e voltarmos a ter rock de qualidade dominando as mídias. Encerro com a música Scream. Sucesso a Jason Kertson and The Immortals!


Resgatando o Rock é falar de música boa, de rock de verdade, de bandas que deveriam ser os ídolos dessa geração. Aproveito para falar a quem toca, tem banda, está na pista produzindo o melhor do rock... manda o seu link, seu material, seu perfil em sites de relacionamento, ou o que quer que seja, para mim que ajudo a divulgar aqui pelo blog, nos próximos Resgatando o Rock.

E-mail do Out of the Box: contato.ootboxx@gmail.com


domingo, 16 de outubro de 2011

Rock in Rio: top 10 de shows



Hoje encerro a série sobre o Rock in Rio 2011 fazendo um ranking do que achei serem os 10 melhores shows que aconteceram no palco Mundo. Vamos, então, do último ao primeiro colocado.

10º - Legião Urbana e convidados: foi surpreendentemente emocionante. As pessoas foram invadidas pelo sentimento saudosista e cantaram todas as músicas.Estou colocando na última posição não só por terem tido excelentes shows além do deles, mas por alguns detalhes que não gostei como a participação da Pitty (já comentei o quão ruim achei) e a repetição de músicas, que foi desnecessária. Ainda assim, merece estar no ranking.

Red Hot (Foto: Stadium Arcadium)
9º - Red Hot Chilli Peppers: coloquei entre os melhores porque a banda merece, eles são bons, tem grandes hits, mas não tive como colocá-los em melhor posição porque, como já falei, ainda estou na espera de um show deles que me faça arrepiar de verdade. Outros shows foram melhores nesse sentido.

8º - Elton John: entrou no clima “rock” do evento o tanto quanto pôde e suas músicas são inquestionavelmente boas. Foi o primeiro show do evento que fez com que o Rock in Rio fosse sentido como tal, como já falei no post sobre o dia dele. Contra a crítica, eu achei o show dele bom.

7º - Capital Inicial: foi um dos melhores shows de bandas nacionais do evento e conseguiu agitar a galera a um padrão de não ficar atrás das atrações internacionais. Montou um bom setlist, tiveram presença e atitude sem defeitos. Merecem estar entre os melhores.

Shakira (Foto: blog Hostel Bookers)
6º - Shakira: mesmo tendo estado no dia mais misturado do Rock in Rio e um dos dias menos rock do evento, ela foi a rainha do dia dela. O show foi muito bem preparado, ela estava muito natural e teve ótima performance. Foi um show que misturou espetáculo e intimidade. Tinha que estar no ranking.

5º - Skank: se o Capital esteve entre os melhores shows nacionais, o Skank fez “o” melhor show nacional. Eles estavam muito animados, passaram toda essa animação para o público, abusaram de todos os seus sucessos e, mesmo em pouco tempo, conseguiram atingir uma excelência inquestionável no show. Foi muito bom! Não tive como deixá-los em posição menor no ranking.

4º - System of a Down: desbancou o Guns no último dia e, pela estréia no Brasil, talvez possa ser considerado a grande atração do evento. Estão em quarto porque os primeiros 3 colocados foram imbatíveis, mas o show do System levou a galera a loucura! Tiveram uma atitude simples no palco e focaram a atenção no que se deve de fato, as músicas. O talento musical do grupo é muito grande e, por terem conseguido mostrar isso na íntegra, fizeram um dos melhores shows do evento. Merecem estar no ranking, e bem colocados.

James Hetfield, Metallica (Foto: Absurdinhus)
3º - Metallica: foi uma das bandas mais votadas para estar no Rock in Rio. Tem clássicos do rock na carreira. Souberam empolgar muito as pessoas. É o Metallica. Acho que não preciso justificar mais, né? Fizeram um show muito bom!

2º - Stevie Wonder: o artista mais carismático de todo o evento. Um dos setlists mais bem planejados. Um show que foi muito dinâmico, com convidados, com Stevie variando de instrumentos, puxando a participação das pessoas, arriscando cantar português. A impressão que dava era do show ter durado, sei lá, umas 4 horas. Inesquecível!

1º lugar: não há como tirar a vitória dessa banda! Foi a única classificação que eu não tive que pensar duas vezes antes de consagrar. Slipknot fez, sem dúvida, o show mais surpreendente de todo o Rock in Rio! O que mais empolgou, o que mais teve impacto visual, o que mais deixou as pessoas com cara de “não acredito!”. Não fez só o melhor show do dia em que tocaram, mas foi o melhor em termos totais! Muito bom! Tenho certeza que angariaram muitos fãs depois disso que, de repente, assim como eu, estavam lá por causa de outra banda. Ficaram muito além dos outros shows. Gostei de ter me surpreendido com eles! Fiquei esperando até o final do evento o show que desbancaria o deles, mas não houve. Merecida classificação!

Slipknot, em memorável show no Rock in Rio 2011

Devo falar, inclusive, que se fosse classificar o melhor dia do evento, o título iria para o dia do metal. E não achei que fosse dizer isso antes do evento acontecer, já que não sou fã de metal, mas fui muito bem surpreendido com isso também! E você? Concorda com o ranking? Discorda? Qual a seria a sua classificação? Comente lá! Críticas e sugestões serão bem vindas! Obrigado a todos que curtiram essa série de posts sobre o Rock in Rio 2011.

Valeu!



sábado, 15 de outubro de 2011

Rock in Rio: 7º dia – e assim acaba



Dia 02 de Outubro. O último dia do Rock in Rio 2011. No palco Sunset, a crítica geral deu destaque ao show do Marcelo Camelo; não sem razão, porque estava mais bem entrosado com a banda The Growlers do que as outras apresentações. Porém, o barato do dia neste palco para mim, pudesse eu ter acompanhado pessoalmente o Sunset, seria Mutantes e Tom Zé. Eu até assisti via internet (e à posteriori) esse show, que lamentavelmente, não foi dos melhores, posto que eles não estavam minimamente entrosados, chegando a se apresentar separados. De qualquer forma, Mutantes é sempre Mutantes, sempre nostálgico, sempre bom de se ouvir. Falo o mesmo para Tom Zé, pela originalidade do seu som. Na verdade, a idéia de juntar duas bandas/artistas por show (que foi o sistema programado para o Sunset todos os dias) foi legal, mas muitas vezes deu a impressão de que os artistas não estavam lá muito contentes com isso. Bom, o encerramento por lá foi com o Camelo e The Growlers, que o fizeram muito bem.

O palco Mundo começou o show com os Detonautas. Não é segredo que eu não sou fã deles, embora tenham até uma ou outra música boa. Não gosto da atitude do Tico Santa Cruz, acho uma rebeldia imatura demais (até para um roqueiro, do qual se costuma tolerar mais do que o normal), beirando o artificialismo, mas... sejamos justos: exagerado ou não, inconveniente ou não, os Detonautas souberam agitar o povo. Usaram uma estratégia, que, diga-se de passagem, eu não tenho nada contra, a de tocar sucessos de outros músicos para manter o clima agitado da galera, e, com isso, conseguiram manter um bom nível de show, um bom feedback do público. Uma pena que Tico não tenha levado a sério o tempo limite da banda no palco e teve que ter o som interrompido no meio do cover do Nirvana. Pitty veio em seguida e, acho que em apoio ao Tico, cantou Nirvana também. O show da Pitty não foi tão agitado, mas a diferença de empolgação não foi gritante. Ela conseguiu, ao longo da carreira, emplacar alguns hits que marcaram os jovens e adolescentes, e isso foi o que sustentou o seu show. Músicas como Anacrônico, Equalize, Pulso e Me adora fizeram o povo cantar em coro e isso meio que manteve o Status Quo que o Detonautas lançou no ar, embora eu tenha ouvido muita gente falar que a Pitty esfriou a galera. Bem, não foi exatamente isso que eu vi lá. Vi o ritmo diminuir em muitos momentos, sim, mas não foi uma esfriada em si, afinal, era o último dia de Rock in Rio.

Evanescense foi a próxima banda, e o início das atrações internacionais. Mil pessoas criticaram o show deles, afirmando ser burocrático ou parado demais para o que se esperava. Bom, eu não me importo em ir de encontro com o senso comum, e devo afirmar que, ao menos, ela demonstrou mais calor (embora não seja bem isso propriamente dito) do que Lenny Kravitz, por exemplo. Além disso, assistir ela cantar ao vivo é sempre válido, é sempre de se admirar, porque a voz da Amy Lee é quase sobrenatural! Eles tocaram seus hits e talvez não tenha sido um show muito rico pela falta de conteúdo mesmo. Eu admito que esperava que a atitude da Amy fosse mais solta, mais contagiante, mas a real não foi de decepcionar exatamente, ainda que tenha faltado um pouco de esforço em se entrosar com o público, o que ela fez pouco em comparação com outros como Stevie Wonder, Coldplay e Slipknot. Pode ser nota 7?
O grande motivo das críticas pode ter sido o que veio a seguir. System of a Down fez um show memorável! Foi muito acima dos que haviam tocado até então naquela noite. O espaço na Cidade do Rock estava muito cheio! As pessoas estavam muito agitadas! Foi o primeiro show deles no Brasil e não deixaram nada a desejar. Gostei da simplicidade da banda. Sem estereótipos e figurinos elaborados, Serj Tankian subiu ao palco trajando calça jeans e camisa social. Claro. Ele não precisava de roupas personalizadas. E mostrou isso quando abriu a boca a cantar até a última música. A variação de tons e timbres que ele usa para cantar é algo que eu não conseguia parar de ficar pasmo toda vez que ele “brincava” com isso. Chop Suey, Aerials, Kill Rock'n'Roll e Toxicity formaram, em minha opinião, o clímax do show (embora tenham sido tocadas em momentos espaçados), mas posso dizer, sem medo de errar, que o show foi muito linear: muito bom o tempo todo!

Ao final do System, já havia pessoas do lado de fora da Cidade do Rock querendo entrar a qualquer custo. E a chuva dava as caras para marcar sua presença no evento também. E o Guns entraria a seguir... assim que Axl resolvesse aparecer, claro. Tentei até o fim esperar o Guns subir ao palco. Tomei chuva, fui espremido na multidão (a essa altura, eu já estava fora de expediente há um tempo e já tinha me juntado com o restante dos fãs que lotavam a platéia do palco Mundo), mas Axl demorou demais para uma pessoa que tinha transporte marcado para ir embora, que infelizmente, era o meu caso. Na verdade, até que para o costume dele, nem atrasou tanto assim. De qualquer forma, foi possível ouvir as pessoas irritadas com a demora. Ninguém estava curtindo muito a idéia de estar debaixo de chuva esperando o Guns resolver começar a tocar. Bem, chegando em casa, consegui assistir o show do Guns via TV e pude perceber um Axl meio deslocado, pouco entrosado e até desafinando em alguns momentos. Estranhei, mas o Guns tem bala na agulha demais para fazer um show ruim. Eles montaram o maior repertório da noite e tocaram até às 05h00.

Não gostei da performance de Heaven’s Door e Patience, mas Welcome to the Jungle, por exemplo, foi legal. Ouvi depois algumas pessoas falarem que foi uma decepção, que foi horrível e tal... bem, quem esperava um Axl de bermuda colante, correndo de um lado para o outro e gritando, realmente pode ter se decepcionado, mas há que se convencer de que isso acontecia há mais de 15 anos. Não dá para querer que ela tenha o mesmo desempenho, a mesma energia, embora isso seja visto em bandas como Rolling Stones, por exemplo, não é via de regra! Então, guardadas as devidas proporções, acho que o show não foi ruim, mas poderia ter sido melhor, não pelo aspecto que citei, mas é porque realmente Axl demonstrou estar mal ensaiado. Isso, sim, poderia estar melhor. Sorte a dele, que a banda tem um nome muito forte e carregado em história, que não deixaria isso marcar um show ruim. Ponto para o repertório extenso, que mostrou boa vontade em tocar! Na balança: bom show.
Momento legal do dia: indiscutivelmente, o show do System. Aspecto bom: manteve o nível dos últimos dois dias e não teve um show ruim, o que, para um dia de encerramento de evento, é algo muito bom! Assim acabou o Rock in Rio. Como todo grande evento, houve momentos bons e ruins, mas de qualquer forma, é válido, é produtivo, é música.Vou encerrar com vídeos do Guns e System (o título do vídeo do System está errado: trata-se da música Kill Rock'n'Roll) . Ainda falta mais um post para encerrar essa série, onde farei um ranking geral dos melhores shows que aconteceram no palco Mundo. Poderia até arriscar um para o Sunset, mas como quase não acompanhei, é melhor focar no que assisti mais.
Até lá, então! Valeu!  






quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Rock in Rio: 6º dia - agitos e tietes


01 de Outubro. Penúltimo dia do Rock in Rio. Ao contrário do dia anterior, não houve tanta mistura de estilos no palco Mundo. Tudo estava girando em torno do pop-rock, com algumas variações para mais pop ou mais rock, mas estava nesse universo. E, olha só, aproveitando um dia relativamente calmo no trabalho, pude dar um pulo no palco Sunset onde ouvi um pouco do show de Cidadão Instigado e Júpiter Maçã. Estava bem vazio, com uma grande cara de “público de banda underground”. À princípio achei que fosse porque era cedo, mas este dia foi realmente menos movimentado por lá. Até quando Arnaldo e Erasmo tocaram, encerrando as atrações do Sunset, não estava tão cheio quanto o dia de Joss Stone ou Sepultura, por exemplo, (é claro, né, mas tudo bem). Ainda assim, foi um belo show de encerramento.

No palco Mundo, Frejat abriu a noite. O repertório dele foi muito bom! Não faltaram hits do Barão como, por exemplo, Exagerado, Bette Balança e Puro Êxtase. O som estava tecnicamente bom também, mas em um aspecto, ele me lembrou Lenny Kravitz: a falta de comunicação com o público. Frejat deu o recado muito bem, como sempre, mas manteve distância e isso eu não sei se é o comum dele. Enfim, foi um bom show mesmo assim. Skank veio a seguir. Eles sim estavam com “a corda toda”. Também abusaram dos hits, que eles têm de sobra, como o obrigatório Jackie Tequila (até hoje, não vi ou soube um show que não a tocassem). Filmaram o público, interagiram, conduziram a, também já clássica, cena das pessoas girando as camisas. Não desmerecendo Frejat, mas o Skank pegou a deixa dele e continuou evoluindo os ânimos da galera. Foi realmente bom!

Maná veio a seguir e ouvi muita gente falando que esperava mais. Eu não sei o que esperaria deles, porque nunca soube de um show que tivesse sido espetacular e sempre ouvi material gravado. Confesso que, embora admire a química da banda, não curto o estilo. De qualquer forma, o público, embora tenha dado uma esfriada, continuou ali, continuou presente. Depois disso, os ânimos voltaram a agitar com o Maroon 5. Ele mandou muito bem no quesito de comunicação com as pessoas. É mais uma banda que eu não curto, mas admito que prendeu a atenção das pessoas direitinho. Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que não foram apenas a banda que preparou para a chegada da grande atração, que neste dia foi o Coldplay.

E o Coldplay, por sua vez, parecia não estar preocupado com esse título, porque o show deles não teve grandes efeitos e coisas do tipo. Contudo, tocaram seus hits, como Viva La Vida e Clocks, por exemplo. Gosto de Yellow e Paradise também, mas estas eles tocaram ainda no início do show. Quando eles chegaram o público já estava dominado e estavam dispostos a ouvir o que eles tinham a apresentar. E, como não fizeram feio (muito pelo contrário), o sucesso foi inegável, mesmo com a cena pra lá de piegas de pichar o nome “Rio” (inclusive trocando o “o” por um coração. Putz). Na verdade, Maroon 5 e Coldplay foram bem bandas sustentadas pelos agitos da tietagem feminina (que normalmente tem outros motivos que não a música), mas musicalmente, estavam bons também. Colocando na balança, foi um dia bastante legal!

Momento legal do dia: Vou ser nacionalista, mas foi o show do Skank. Para mim, além disso, o barato foi ter ouvido Júpiter Maçã cantando Lugar do Caralho (na verdade nessa hora eu não vi, o que foi uma pena, mas ouvi). Aspecto bom do dia: Novamente, não ter tido um show ruim. Amanhã, os pareceres do último dia.

Valeu!



terça-feira, 11 de outubro de 2011

Rock in Rio: 5º dia – a arma pop


Shakira, a última artista a se apresentar no Palco Mundo, dia 30/09

Dia 30 de Setembro. Mais um dia de mistura de estilos na Cidade do Rock, mas dessa vez, os representantes de cada um não deixariam a peteca cair... dentro do possível. E neste dia, inclusive, até no palco Sunset a mistura foi grande. Colocaram no mesmo palco Martinho da Vila, Cidade Negra, Pepeu Gomes e Emicida. Foi um dia que eu não me importei tanto de estar tão longe do Sunset, muito embora eu sempre tenha curiosidade de assistir à Cidade Negra. 

Bom, vamos ao palco Mundo: o responsável por abrir a noite de shows foi Marcelo D2. Eu até então só conhecia o show dele enquanto Planet Hemp; carreira solo, só via TV e Youtube mesmo. Eu tinha a impressão que ele agitava bastante, mas não tinha a exata noção do quanto. Ele parece espalhar “suco gummy” (lembra disso?) para as pessoas, porque o show é realmente empolgante! Um bom começo de circuito! Jota Quest veio a seguir e, acredito eu, manteve o ritmo. Eu confesso que já não curto tanto a levada deles como antigamente, mas não são ruins, não. Fazem o que se propõe e é isso.

Marcelo D2 (Foto: Portal Mariana)
Mais uma vez, a exemplo da sexta anterior (dia 23) o axé deu as caras. Só que dessa vez, não vestiu a roupa de “peixe fora d’água” como Claudia Leite fez. Ivete Sangalo, talvez sabendo que, tecnicamente, não deveria estar ali, preparou um grande show, fez o que sabe fazer de melhor: se comunicar com o público, abusou dos hits e, em nome de conquistar o seu espaço na Cidade do Rock, dominou o público e criou a “pausa para o Carnaval” no meio do Rock in Rio... sem dar espaço para ninguém colocar defeito. Não sou fã de axé, não concordo com artistas de axé num evento que deveria ser dedicado a Rock, mas sendo justo, foi um belo show. E convenhamos que ela é pop há muito tempo. Não em estilo, mas em carisma com o povo. 

Lenny Kravitz veio a seguir. Eu acho a banda dele ótima, o som é tecnicamente perfeito. A voz dele é admirável... mas falta algo. Fui a um show dele há algum tempo e me decepcionei pela falta de calor; julguei que talvez ele estivesse em um dia (ou fase) ruim. Depois desse show, vi que o estilo dele é esse mesmo. O show é meio “gelado”, embora o som seja ótimo. E como todo cantor tem espaço para ter fãs, era possível ouvir um coro cantando todas as suas músicas, embora tenha dado uma esfriada no “pique” da galera. Tal qual falei do Jota Quest, falo do Lenny (guardadas as devidas proporções): nem bom, nem ruim; simplesmente, Lenny.

Lenny Kravitz (Foto: Cartola Mágica)
Shakira teve o papel de ser a estrela da noite. Foi mais uma, tal qual Marcelo D2, que eu sabia que o show era de boa qualidade, mas não tinha noção do quanto. Ela estava sendo aguardada demais para decepcionar... e não o fez. Shakira tem a justa medida de ser performática e usar de improvisos e naturalidade ao mesmo tempo. Se esse aspecto faltou em Katy Perry, por exemplo, em Shakira, transbordou. Houve espaço para tudo: alegria, molecagem, sensualidade, drama... arte. Houve participação especial de Ivete, em momento de clímax do show, e tudo pareceu correr perfeitamente. Foi um bom encerramento, e se a noite não foi perfeita, encerrou no momento de “alta”. 

Esse dia tinha tudo para ser mais ou menos, tamanha a mistura de estilos feita, mas os artistas para este dia foram muito bem escolhidos. Excelentes ou lineares, todos foram muito seguros em seu papel artístico. O suficiente para manter a situação sob controle e afastar um fiasco. Momento(s) legal(is) do dia: o início (D2) e o fim (Shakira). Aspecto bom: não ter tido um show ruim em si. Amanhã, então, comentários do penúltimo dia do evento

Até lá!



domingo, 9 de outubro de 2011

Rock in Rio: 4º dia – o recomeço


Stevie Wonder (Foto: blog Moda para Homens)

29 de Setembro. Após uma pausa durante a semana, o Rock in Rio retornou na quinta-feira. Na verdade, deveria ter sido só na sexta-feira, mas fizeram mais um dia; tanto que os ingressos dessa quinta foram anunciados como “ingresso para o dia extra”. Bem, de qualquer forma, a retomada do evento ficou realmente com cara de “começar de novo”. Se colocar na balança, o dia foi bom, mas nem tudo foram flores. Vamos lá. 

No palco Sunset, o que valeu a pena mesmo foi Joss Stone, que eu não sei porque diabos não teve sua apresentação no palco Mundo, mas tudo bem. Ela encerrou o evento lá para que, então, o palco Mundo começasse com um grande tributo à Renato Russo, com a Legião Urbana (Dado e Bonfá), a Orquestra Sinfônica e diversos convidados. Tinha tudo para ser um showzinho mais do mesmo, supermorno, mas é incrível a força que Renato tem até hoje com as pessoas. Foi uma tremenda energia que rolou naquele público e não houve uma pessoa que não cantasse os sucessos da Legião naquele momento. Dentre os convidados que cantaram, destaque para Dinho, do Capital Inicial, que mandou muito bem, e Toni Platão, que a meu ver, foi o melhor de todos. Deram um show de interpretação! Herbert Vianna também esteve por lá, mas numa interpretação bem mais tímida e comedida do que os outros. Rogerio, Jota Quest, ficou mais tempo do que merecia com o microfone, mas não fez feio. Agora, a Pitty... putz... foi muito aquém do que os outros. Eu gosto dela, mas seu poder de voz não é um destaque e ela pegou justamente uma das músicas mais difíceis de cantar da Legião Urbana, que é Indios. Ficou realmente feio. Mas tudo bem, Dinho entrou depois dela e recuperou o gás da galera.

Legião e convidados (Foto: Circuito Matro Grosso)
Janelle Monáe veio em seguida. Ela ficou famosa por abrir o show da finada Amy Winehouse, mas não é exatamente uma grande artista internacional... ainda. Ela tem potencial, canta bem e fez um show legal, embora sua atitude de palco ainda seja estranha... meio, sei lá, imatura talvez. Se ela é a aposta para virar a próxima “pop” da parada, eu digo que poder para ser, ela tem. Kesha foi o próximo show e acho que posso falar, sem medo de errar, que foi uma das piores apresentações do Rock in Rio 2011. Foi tétrico. Suas músicas são ruins, sua atitude de palco é menos do que adolescente, é totalmente artificial. A postura de Kesha parecia querer forçar uma rebeldia que não é dela, um estilo que não é dela... o que foi aquela cena dela quebrando a guitarra?? Meu Deus... não dá! Pulo.

Janelle Monáe (Foto: Felipe Hidvegi / Estácio)
Jamiroquai veio depois. Este eu achei que seria um grande show, mas foi uma desilusão semelhante a de Rihanna. Eu esperava um show super alto astral, agitado, uma discoteca ao ar livre... mas a verdade é que a banda não conseguiu entrar na alma do público que ali estava e o show foi bem menos empolgante do que deveria. A apresentação visual da banda estava um exagero só, até para os padrões de Jason Kay. Realmente não entendi o que aconteceu. Graças aos céus, Stevie Wonder era a atração de encerramento e veio para salvar a noite. E o fez com maestria! Se os dois shows anteriores tinham deixado má impressão do 4º dia de Rock in Rio, Stevie conseguiu apagar isso da mente das pessoas no primeiro momento em que abriu a boca. Ele dominou o público do início ao fim do show em uma simpatia quase imbatível! O setlist dele foi um dos melhores do evento, mais bem montado, mais bem planejado... fantástico. Foi o rei absoluto da noite! Sem defeitos. E, claro, é com ele que encerro esse post, não exatamente com a música mais empolgante, mas foi um momento bem marcante do show. Nem preciso dizer que este show foi o momento legal do dia, né?

Salve, Stevie Wonder!



Rock in Rio: 3º dia – o estouro


James Hetfield, Metallica (Foto: blog Garota Enxaqueca)

25 de Setembro. A brincadeira tinha acabado. Era hora do Rock tomar conta da Cidade do Rock e honrar o seu nome. Este foi o chamado dia do metal. O dia em que ambos os palcos, Mundo e Sunset, foram dominados por heavy metal e a linha punk rock. Falando honestamente, é sabido pela maioria, que eu não sou fã desse gênero; esperava um dia pesado, com um clima de underground forçado, mas admito que me surpreendi em todos os aspectos. O público, sim, estava estereotipado de punk e afins, mas não havia o menor clima de “modinha rock” lá. Ao contrário, eram fãs de fato que estavam entrando na Cidade do Rock naquele dia. Eram tribos do rock dominando a cidade. Visto do alto, como foi transmitido via TV, era um mar preto de gente tomando conta do lugar (nem em enterro se vê tanta gente vestindo preto ao mesmo tempo). E tudo isso anunciava: aquele lugar iria incendiar!

Somente que a banda escolhida para abrir o show, no Palco Mundo, não foi uma boa opção. Gloria não tinha o espírito heavy metal e mais parecia um NX Zero, um Hori, tentando fazer metal. Pelo visto, não foi só opinião minha, de crítico chato, não. Eles realmente foram vaiados no palco. O outro palco, o Sunset, tinha acabado de encerrar com uma sequência excelente de encerramento: Angra e, em seguida, Sepultura, que foi um dos shows mais acessados pela internet, diga-se de passagem. Transmissão ao vivo rolando na internet e um mundo de gente assistindo. Para quem gosta, foi realmente, um ótimo show! E aí, com todo o gás possível, o público vai ao palco Mundo para continuar o clima e encontra... Gloria, em uma performance que deixou muito a desejar.

Claudio Sanchez, Coheed and Cambria (Foto: SL Revista Eletrônica)
Se isso foi ruim, serviu para que o Coheed and Cambria subisse ao palco com força total e ganhasse um destaque, talvez, maior do que seria de fato. E daí para frente nada mais estragou aquela noite. A faísca que o Coheed acendeu foi muito bem seguida pelo Motorhead, que eu achava que seria um dos melhores shows da noite. Não por falta de talento, porque foi ótimo, mas o que veria a seguir entraria para a história do Rock in Rio... pelo menos dessa edição. Slipknot estava pronto para virar a Cidade do Rock de cabeça para baixo. Eu não sei até onde eles estavam sendo aguardados, mas para mim, que nunca simpatizei muito com o estilo deles, foi a grande surpresa da noite. Eles conseguiram dominar o público completamente e, mesmo falando unicamente em inglês (tem bandas que tentam falar alguma coisa em português para ganhar simpatia) todo mundo estava em sintonia com a banda e fez exatamente o que ela queria. Houve uma cena em que o vocalista mandou todos se abaixarem para depois, então, pularem... aquilo foi incrível! Em forma de texto aqui, não parece, mas tentem assistir isso na TV ou internet e saberão do que falo. Outra cena: um deles (eu não sei exatamente quem) se jogou na platéia durante a música Duality! Isso ganhou o público totalmente que, quando acharam que tinha acabado, a tão comentada cena do baterista que girou 90º no ar, tocando bateria, terminou de deixar as pessoas extasiadas!

Slipknot (Foto: blog Garota Enxaqueca)
Com essa despedida, entrava em cena a grande atração da noite: Metallica. Eles demoraram um pouco a se sintonizar com o público porque James Hetfield, o vocalista e guitarrista, foi se comunicando bem aos poucos com as pessoas. Lá para um quarto do show, eu diria, ele já tinha, enfim, criado um link com as pessoas. Mas até lá, claro, o show já estava fenomenal porque suas músicas estavam na cabeça dos fãs. Era uma banda clássica que estava tocando ali. Era uma onda nostálgica de metal acontecendo. Como sempre, abusando de pirotecnia (piro mesmo, aquelas rajadas de fogo que o Metallica normalmente usa), o setlist do Metallica não dava margens a reclamação. Aliás, tenho só uma: eles deixaram Unforgiven de fora, uma das minhas favoritas. Por outro lado, quase no final, tocaram a clássica Enter Sadman, que abriu portas para o bizz deles.

Foi um grande show, mas não há como dar o reinado do dia para o Metallica, porque o Slipknot foi a grande surpresa da noite! Se não fosse o Metallica, fosse outra banda um pouco menor, teria sido facilmente ofuscada pelos mascarados do metal. Pedindo licença ao Metallica, é com Surfacing (a música onde ocorre a cena da bateria) de Slipknot que encerro este post.

Já, já tem mais! Até!




quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Rock in Rio: 2º dia – amornando


Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio. (Foto: Portal Mariana)

Dia 24 de Setembro. Segundo dia de Rock in Rio. Este dia serei mais breve nos comentários, pois foi o único dia em que não estava presente pessoalmente lá na Cidade do Rock e absolutamente todos os shows que vi, foram por meio de televisão. Hoje, então, falarei como telespectador.

O show de abertura foi NX Zero. Isso já deveria bastar para que eu pulasse ao próximo show, mas tudo bem. Como era de se esperar, talvez uma meia dúzia de “teen fans” tenha curtido, mas a verdade é que foi bem meia boca, mais parecendo uma apresentação de programas de tarde de domingo do que um show do porte do Rock in Rio. Não, não gostei. Se alguém tem algo de bom a falar desse show, esteja à vontade, mas eu não.

A seguir veio Stone Sour, uma banda que eu tinha curiosidade de ouvir e que alguns disseram que seria a sensação do dia do Rock in Rio (talvez por ser banda original de 2 integrantes do Slipknot). O show não foi exatamente ruim, mas foi um tanto quanto... morno. Estava sempre dando aquela angústia típica da sensação “podia ser mais”. De qualquer forma, lembrando da banda de abertura, a escala evolutiva estava se mantendo, ainda que a vagarosos passos. Dando vez, então, ao rock nacional, subiu ao palco o Capital Inicial. Ouvi pessoas falarem muito que tinha sido um grande show e, alguns até disseram, tinha sido o melhor show do dia. Achei legal elogiarem tanto o Capital Inicial e acho, sim, que o show foi bom, mas eu tinha vontade de me surpreender com um show deles. Isso não aconteceu. Repito: foi muito bom, mas a real é que eles sabem fazer um show bom (considerando, além do talento, o carisma que Dinho tem com o público), mas há algum tempo os shows deles parecem muito uns com os outros. Ainda assim, valeu à pena assistir. Queria ter estado lá.
Dinho, vocalista do Capital Inicial. (Foto: Marcus Vini / Estácio)

Snow Patrol veio a seguir. Até então, não os conhecia. Achei o som legal, mas não tive muitas referências para saber se estavam com um bom desempenho ou não. Não vi o povo tão agitado assim e, até ouvir falar dos entendidos, que prometiam mais do que fizeram. Vou me abster. Apenas achei, mais uma vez, meio morno. Com este cenário, Red Hot Chili Peppers estava livre para ser a atração da noite e levar o público a loucura. Pela história deles, difícil dar outro resultado, mas eu confesso que ainda não vi um show deles que me arrepiasse. Talvez eu simplesmente não seja fã, não sei. Admiro o Red Hot por sua simplicidade de formação (sem grande número de músicos ou efeitos) e acho o som bom por isso... mas seria melhor se tivessem um guitarrista à altura do baixista, por exemplo. Todavia, Red Hot foi, sem dúvida, o show da noite!
 
Palco Sunset, não pude assistir. Só peguei um pedaço do Nação Zumbi, que eu não gosto, então, para não ser injusto, não vou comentar. Momento legal do dia: fora o show do Red Hot, ter uma banda nacional se destacando tanto quanto as internacionais que, convenhamos (e sem hipocrisia) são o motivo para a maioria do público ir ao Rock in Rio. Encerro com uma música do Red Hot. Continuo amanhã, falando do terceiro dia do evento.
 
Valeu!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Rock in Rio: 1º dia – o começo


Elton John no Rock in Rio 2011 (Foto: Marcus Vini / Estácio)

Voltando hoje às atividades do Out of the Box e, aproveitando o ensejo, falando de um dos maiores festivais de música, o Rock in Rio, que em sua 11ª edição, voltou a acontecer... no Rio! Na verdade, tive uma oportunidade que foi boa por um lado e ruim por outro. Fui escalado para trabalhar lá (no meu emprego formal). Lado bom: estava lá e, o que pudesse aproveitar, seria pessoalmente, o que é uma impressão diferente do que assistir um show via TV, por exemplo. Lado ruim: não pude acompanhar todos os shows, em todos os palcos, como poderia se fosse acompanhar tudo pela TV (não que eu fosse ter tempo para tal, mas, tudo bem).

De qualquer forma, creio que o saldo foi positivo. A idéia inicial era fazer um post só contendo um resumão do que achei do evento, mas como eu queria fazer um panorama de algumas bandas específicas, achei que o texto seria grande demais e decidi, então, dividi-lo por cada dia do evento. Mais que isso, no oitavo dia, farei um ranking dos melhores shows, em minha opinião, claro. Sei que em muitos momentos vou ir de encontro à crítica geral e ao senso comum, mas acho que isso faz parte também. Então, que a luz e o veneno corram soltos:


Milton Nascimento em "Love of my life" (Foto: Ana Lucia Araújo/ Estácio)

Dia 23, o começo do Rock in Rio. Não pude acompanhar o palco Sunset (em quase nenhum dia, na verdade) porque ele ficava localizado relativamente longe do meu posto de trabalho; uma pena, pois era uma das minhas maiores curiosidades. Apenas passei perto dele quando Ed Motta ainda se preparava para passar o som. Mas show mesmo, não vi. No palco Mundo (o principal), havia previsto um desastre com a banda de abertura (aquela mistura de Orquestra com Titãs, Paralamas, Milton Nascimento...). Pensava que um evento desse porte deveria começar logo arrebentando. Todavia, me surpreendi, até mesmo com a homenagem prestada a Freddie Mercury, onde Milton Nascimento cantou Love of my life. Ficou estranhamente legal.

Depois disso, não vou nem comentar. Claudia Leite subiu ao palco apenas para lembrar que o Brasil é uma mistura musical... e que não sabe fazer um festival de rock. Bem, não ouvi até agora alguém dizer que gostou e nisso, vou concordar. Pulo. Katy Perry subiu ao palco, então, e apesar do reboliço que causou (você deve ter ouvido falar do garoto que ela botou no palco e tal), o show foi muito, mas muito aquém de um grande show. Sei que o estilo dela é performático, mas ainda assim, ela não executa isso com naturalidade e mais parece um clipe ao vivo. Definitivamente, não gostei. 


Rihanna (Foto: Rogerio Resende / R2)
Elton John foi muito criticado. Ouvi dizer que o show foi menos do que se esperava. Bom, para quem tinha acabado de presenciar um show fraco como o da Katy, achei o Elton bom, muito embora eu tenha visto a maior parte do show dele pelo circuito interno de sinal televisivo (nessa hora eu não podia me ausentar do posto de trabalho). O lado bom para mim foi ele ter pesado um pouco o seu repertório em alguns momentos, o que deu a sensação de que finalmente estávamos entrando no clima “Rock in Rio” de ser!

Quem encerrou a noite foi Rihanna. Bem, eu não gosto muito dela, mas admito que é boa em fazer hits. O mal foi um só: não sei se fui só eu, mas esperava um show com repertório mais “up” do que o que rolou. Parecia que ela estava mais interessada que olhassem para sua pessoa do que curtissem o show de fato. Enfim, eu diria que foi um dia de abertura bem mediano. Na verdade, acho que foi um dos piores dias do evento. Menos mal, pois veio muita coisa boa depois desse dia.

Momento mais legal do dia: ter Elton John entre as estrelas do dia. Sem dúvida, ele foi o rei da noite. Aspecto bom: para quem não é tão chegado a confusão (como eu), estava relativamente vazio e era possível andar com certa tranqüilidade pela área da Cidade do Rock. Vou encerrar, então, com uma música do Elton John. Amanhã, um panorama crítico do que foi o segundo dia do Rock in Rio!

Até lá!