sábado, 31 de dezembro de 2011

Reveillon: que venha 2012!


(Edição de foto: Malena Eguia)


Ano passado falei da ilusão que sempre criamos com o Reveillon, aquela sensação de que depois da virada, a vida mudará (se quiser ler de novo ou se não leu, clique aqui). Desta vez, eu quero falar apenas do momento clímax: a comemoração!
Temos mil festas populares, mil momentos “fabricados”, feitos para reunir as pessoas, a família, os amigos e etc., mas de todas, a minha preferida sempre foi o Reveillon. Eu sei que é uma euforia as pessoas todas felizes, comemorando junto, se abraçando... sei que isso é ilusório, mas sempre que estou no momento dos fogos, no momento da virada, sou tomado por um sentimento de conforto quando vejo todas as pessoas felizes, sorrindo, compartilhando energia boa. E por um segundo penso: “estou no mundo ideal”. E seria se isso fosse duradouro. Por isso, eu não vou fazer grandes desejos, grandes planos, grandes votos no momento da virada neste Reveillon. Planos a gente tem que fazer normalmente, independente de ser ano novo ou não. Desejos, temos que ter toda hora. E temos que executar nossos planos toda hora. Mas isso eu já falei, não preciso repetir. Este ano, o meu desejo a todas as pessoas é que tirem fotos do momento da virada e se espelhem nela para prosperar aquele sentimento! Daquele momento! Aquele momento em que todos querem o bem de todos! Este é o segredo de um mundo melhor. E nada mais.
Sonhador? Pode ser. Mas se todo mundo fizesse isso... ah, sim! Ninguém ousaria não gostar! E, a parte disso, meu desejo para todos é muita música! Sei que é manjado, mas nunca neguei minha admiração profunda por essa música. Quem já não agüenta mais, não precisa dar play no vídeo, mas com todo este texto, eu não poderia encerrar de outra forma. Encerro com Imagine, de John Lennon.
E que venha 2012! Bom ano novo a todos!


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sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal: a carta


(Foto: Getty Images)

Este ano não vou criticar comportamentos tacanhos, nem a mídia, nem nada, como fiz no ano passado (se não leu na época e quiser conferir, clique aqui). Qualquer semelhança com aspecto crítico, será mera coincidência (faça um esforço para acreditar nisso, por favor). Decidi voltar à infância e escrever uma carta ao Papai Noel. Vamos ver como ficou isso... ah, sim, antes de prosseguir, obrigado pela paciência. Estive totalmente “fora do ar” mês passado, mas tudo por uma boa causa! Para quem não sabe, me casei e, por conta de preparativos e coisas do tipo, não pude me dedicar ao blog. Aliás, a música de encerramento hoje é em homenagem a isso, ao invés do tema do texto, ok? Pois bem, estou de volta para os “papos” de música, filosofia, cotidiano e tudo o mais que o Out of the Box se propõe a tratar! Agora, sim, vamos à carta:

Papai Noel,

Este ano eu não vou pedir presentes. Na verdade, exceto às crianças, nem desejo isso a ninguém. Chega de materialismos. Pausa.

Este ano, peço que visite as pessoas e as contamine com compaixão e, até mesmo, com paixão de fato! Que as caixas de presente, tão belamente embaladas, contenham nobreza de sentimento, não de status. Peço que os abraços não tenham mais aquele irritante “tapinha nas costas”, mas tenham afago. Que os sorrisos não sejam tão demorados de se formar. Que o silêncio signifique respeito ao invés de indiferença. Que os pés sirvam para andar, correr, sustentar... mas não mais para pisar os outros. Peço que ensine as pessoas a serem egoístas em um sentido: serem corretas por elas mesmas, não para impressionar os outros.

Noel, desejo que você, que atinge a tantas pessoas, não seja um político. Vai saber? Não seja uma pessoa, pois não quero que sua bondade seja personificada, centralizada, mas compartilhada. Infelizmente, quando você existe, as pessoas transferem sua responsabilidade moral para a sua pessoa. Putz, isso é complicado. Neste caso, Papai Noel, estou eu a me tornar uma pessoa pior (o que é paradoxal com tudo o que estou te pedindo), mas é com pesar que preciso desejar que você não exista, apenas para evitar esse “golpe moral”.

É, Noel, você não pode existir. Vou sentir sua falta, mas prometo criá-lo novamente quando a infância invadir o meu lar, pois a criança aprende muito com você (pelo menos, deveria). Dessa forma, não precisa atender a nenhum dos meus pedidos, afinal, você não tem que fazer nada. Nós, as pessoas e cada um, é que precisamos ler essa carta e agir.

Adeus e até breve... e, claro, um feliz Natal!