sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Outubro e sua presença musical


Paródia com Playmobil da capa de Abbey Road, Beatles. (Foto: blog Pugnacitas)

Estamos chegando ao fim do mês. Mais um. Outubro é um mês que considero especial por alguns motivos. É o mês de número 12 no ano. Não sei se já comentei por aqui, mas eu tenho uma ligação com este número (ou talvez eu creia nisso, o que dá, quase, na mesma!); além disso, claro, é o mês de aniversário da minha esposa! E, como se já não bastasse, é o mês das crianças, o que sempre me remete à infância, a admirada fase da sinceridade. Talvez pelo título do texto alguém tenha pensado que eu falaria sobre o dia do músico, mas devo alertar que isso é uma confusão típica de internet. O dia do músico é 22 de Novembro, que é uma data ligada à Santa Cecília, padroeira dos músicos.

Capa do álbum The Wall, Pink Floyd
Não postei no exato dia 12 porque preferi deixar para o final do mês mesmo, para encerrar o mês das crianças com essa homenagem ao estilo rock. Alguns artistas fazem elementos da infância estar presentes de uma forma ou de outra. Por exemplo, embora fora do rock, a Adriana Calcanhoto gravou o álbum Adriana Partimpim, onde canta músicas infantis e, quando não para crianças, sobre elas. Bom álbum, se tiver paciência para o ritmo vagaroso, e foi bem avaliado pela crítica. No rock, as crianças fizeram presença marcante em músicas de algumas bandas famosas, como por exemplo, Metallica. Quem não lembra de Enter Sandman e o “demônio” sussurrando uma oração para a criança repetir? Essa letra se tratava, na verdade, do famoso monstro do armário ou debaixo da cama, que é o pavor clássico de crianças pequenas.

Outra banda que faz uso de vocais infantis para ilustrar sua música foi o Pink Floyd no clássico Another Brick in the Wall, quando cantam um verso da música. Com letra obscura, ela critica os moldes quadrados do nosso comportamento e educação, dizendo que tudo isso tem por finalidade nos fazer ser apenas mais um tijolo na parede. No pré-refrão, a letra pede para os professores deixarem as crianças em paz (Hey, teachers/ Leave the kids alone), para que possam ter a chance de formar um comportamento diferente para uma geração futura. Nada melhor, então, do que colocar crianças cantando. Boa ideia.

Raulzito, como o Carimbador Maluco
Uma música da série “Só eu gosto” de Raul Seixas, com claros elementos remetendo à infância, é Peixuxa. Essa letra conta uma história, com características e linguagem infantis, do Boto Cor de rosa, reinventado por Raul. O interessante é que, no final da música, o Boto se revela também como Poseidon. Na verdade, o Sr. Peixuxa mistura os dois e tem um tempero de fantasia raulseixista, criando uma história bem legal. O ritmo inclui harmonias circenses para dar o ar infantil nos instrumentais e encerra, claro, com uma crítica ao descuido do ambiente por parte do homem, mas com um jeito de criança de falar: “Seu Peixuxa antigamente/ Foi chamado de Deus dos Mares/ Ainda guarda em casa um tridente/ E quando eu olho/ O mar com petróleo/ Eu rezo a Peixuxa/ Que ele fisgue essa gente”. Interessante. Há também o Carimbador Maluco (Plunct Plact Zum), canção que fala sobre uma aventura, uma típica fantasia. Foi usada, inclusive, no saudoso programa Balão Mágico, que lançou a música para o grande público.


Enfim, um brinde ao mês de Outubro e à infância! E ao rock, claro, sempre! Um bom fim de semana à todos nós!





sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Do homem e suas dependências

(Foto: blog Palavra Rocha)


Talvez, uma das melhores coisas em parar de vez em quando seja a reflexão do nosso cenário. A gente faz isso com o nosso meio ou simplesmente com a nossa vida. E talvez, uma das piores coisas seja parar e refletir. A constatação nem sempre é boa, mas eu, irresistivelmente, assumo esse risco... quase sempre. Para não entrar em nenhum assunto pesado (afinal, hoje é sexta-feira, não é?), eu queria apenas divagar sobre as algemas que o homem cria para si próprio.
Na verdade, essa ideia surgiu quando, anteontem, a bateria do meu celular acabou. Coisa boba, não? Talvez há uns anos. Eu não precisaria falar com ninguém até chegar em casa (o que levaria uns 15 minutos), mas não é só isso. Telefone celular só se chama telefone ainda por mera convenção. As músicas que ouço, estão nele. A lista do mercado, que eu faria no caminho, estava nele também. E eu não sabia mais o que comprar. Algumas coisas, talvez, mas certamente faltaria algo da lista. Mudemos: se faltasse luz há anos atrás na empresa onde seu pai trabalhava (se você tiver mais de 30 anos, senão, pense no seu avô), eles acenderiam uma vela, abririam a janela e, de qualquer forma improvisada, continuariam o expediente. Hoje em dia, muitas empresas param se não houver luz. Computadores, claro. E internet.
Aliás, internet, tão nova, já se instalou nas nossas vidas e, hoje, ficamos sem televisão, sem carro, sem... sem companhia, até, mas não sem internet. E lembram quando falei que os telefones celulares são chamados telefones só por convenção? Hoje, mais são usados para internet do que para falar (ao menos, falar da forma tradicional da telefonia).
Essas bobagens, que todo mundo sabe, mas não repara, são reflexões de cotidiano. Elas me fazem questionar a inteligência real do homem, pois ao passo que tão criativo é, também é o único ser que cria facilidades/alternativas para um fator e, depois, vira dependente delas. Será um apego a criações? Digo que não. Digo que é uma inerência chata que temos ao comodismo. Aquilo que nos proporcionar a possibilidade de ter coisas fáceis, comprará nossa alma. A maldita “lei do menor esforço”. Mas isso é um outro papo.
Valeu.