quinta-feira, 17 de maio de 2012

Conexões esquisitas: a hora, a qualquer momento


Bono em show do U2 no Red Rocks, 1983

E não é que estava eu em casa, resolvendo um problema pontual, doméstico, e sou informado que um determinado aparelho pode estourar a qualquer momento, de acordo com o técnico que me atendeu? Não tem nada de legal nisso. Na verdade a única coisa relevante é que isso me remeteu a uma situação que volta e meia acontece no mundo da música: o acaso do estouro. Acaso ou não, a depender da crença de cada um. Eu, particularmente, acredito em destino, mas isso não é obrigatório para curtir o que se segue, afinal, o que contarei são curiosidades do mundo rock/pop. 
 
Lembrando dessa situação, vi como uma decisão simples pode ser um empurrão para o sucesso ou, ainda, pode, por acaso, resultar nele. Junho de 1983. Uma banda, existente desde o final dos 70, tem a proposta para um show no teatro a céu aberto chamado Red Rocks. Foi o lançamento do álbum War e pareceu o show perfeito para divulgação. E disso, de um show que não tinha tantas pretensões, o U2 partiu para uma bem sucedida carreira internacional. Sunday Bloody Sunday e New Years Day alcançaram um sucesso estrondoso no mundo inteiro, certamente, muito mais do que Bono e seus companheiros imaginaram. Até hoje, muitos consideram o melhor show deles. Rendeu um ao vivo: Under a Blood Red Sky.

Joey Ramone
Voltando um pouco mais no tempo, em Julho de 1975. Mais um show despretensioso que mudaria a história do rock: o local era o palco da CBGB. Uma banda, até então desconhecida, sobe ao palco e toca por 17 minutos apenas... 20 músicas. O público foi bombardeado por um som barulhento e totalmente diferente do que estavam acostumados. Suas letras simples e despojadas iam de encontro às outras bandas que ali se apresentaram. Era o princípio de tudo para os Ramones. De lá, rapidamente, ganharam o mundo e divulgaram o punk rock, de onde influenciaram bandas como Sex Pistols e Clash.
 
E o que falar do garoto que foi acompanhar o amigo num show local em Julho de 1957. A banda local, Quarrymen, se atrasou e, quando chegou, o vocalista afinou às pressas (e mal) seu violão e subiu ao palco. O amigo desse garoto o conhecia. No intervalo do show foi até ele e apresentou seu amigo que se ofereceu para afinar melhor o violão. O vocalista, então, impressionou-se com a habilidade que o garoto tinha. “Obrigado. Quem é você”. “Meu nome é Paul”. “Prazer. Sou Lennon. John Lennon”. De uma saída para ver um show qualquer, de um violão desafinado, surgiu uma das maiores parcerias da história do rock. Apenas por curiosidade também, essa mesma sintonia traria o fim dos Beatles, quando duas personalidades geniais entraram em conflito. John era inseguro com suas letras e constantemente reclamava que as músicas de Paul tocavam mais. Guerra de egos. Coisas do mundo rock. 

John Lennon em show com Quarrymen, 1957.
 
Pequenas decisões, despretensões, um mundo à espera. Nunca se sabe, mas é muito bom quando acontece!

Um bom fim de semana a todos!