quinta-feira, 21 de junho de 2012

A porta de entrada



(Foto: blog O meu olhar do mundo)

Já vi alguns bons rankings sobre os melhores riffs da história do rock. Para quem não sabe, riff não chega a ser necessariamente a base de guitarra de uma música, mas podemos dizer que é o corpo dela. A sua referência rítmica mais marcante. Eu admiro um bom riff, claro; afinal, como não elogiar um riff como o de Smoke on the water, Layla, Paranoid, Sweet Child O’Mine... são tantos! De qualquer forma, há outro aspecto musical que eu considero igualmente emocionante: as introduções. Tão legal quanto ouvir uma música com um baita riff, é ouvir aquela introdução que, às vezes, interrompe uma conversa quando ouvimos e anuncia que a tal música, que tanto curtimos, está começando!



Dave Grohl (Foto: Buy Cymbals)

Existem introduções que não são necessariamente boas, complexas, mas que marcam mesmo assim. Fico curioso em saber se quem compôs imaginou que seria tão marcante. Por exemplo: Linger, de The Cranberries. É simples, é repetitiva, mas marcou época. E, como alguns rankings de riff citaram o de Smell like teen spirit, devo dizer que sua introdução é uma das que gosto, ainda no campo das simples. Eu sei que é igual ao riff, mas o detalhe de começar com a guitarra “limpa” para, só depois, incluir a distorção quando a bateria dá o sinal verde, é o que dá o toque artístico da introdução. Por sinal, este detalhe é mérito de Dave Grohl, baterista do Nirvana na época. É até comum que a introdução seja parte do riff ou seja uma frase que, lá no meio da música, volta a aparecer, mas eu acho bacana mesmo assim. Não tira a magia da coisa. Por exemplo, o início de Sweet Child O’Mine (do Guns) aparece recorrentemente durante a música, mas o efeito daquele solo na introdução não é prejudicado por isso. Layla (de Clapton) também faz uso disso. Stairway to heaven (do Led) é outro exemplo, já que a introdução é a base do início da música, mas mesmo assim, faz um belo efeito como tal.


Humberto Gessinger, vocalista do Eng. do Hawaii

Falando em rock nacional, as introduções das músicas do Raimundos costumavam ser relativamente trabalhadas. Eram boas e faziam um contrapeso legal já que os riffs eram normalmente bem simples. A mais pedida, I saw you saying, Mulher de fases, por exemplo, começavam com um solozinho ou frases legais. Uma banda cujas introduções eu gosto muito é Engenheiros do Hawaii. Eu sei, eu sei, ela é uma das bandas mais odiadas do senso comum, mas eu não tenho nada a ver com isso. Para mim, é como todas as outras (boas). Enfim, por exemplo, Refrão de um bolero, Infinita Highway tem introduções inconfundíveis. Não tão clássicas como Pra ser sincero, claro. Esta, nos shows deles, já virou coro. As pessoas ficam cantarolando enquanto ele a toca, atualmente, no piano ou teclado. Mas de todas as que posso me lembrar no momento, incluindo outras bandas, acho que uma das minhas prediletas é a de Índios (de Legião), em sua versão acústica.

É difícil classificar em importância os elementos de uma música. Para quem gosta, não há como, mas quis dedicar este post a um deles do qual não se fala muito, mas que é o começo de tudo. É a porta da casa. É igualmente parte da poesia. Brinde, então, a compositores e arranjadores que conseguem criar introduções que falam por si. Encerro com dois vídeos para poder prestigiar as músicas nacionais e internacionais também.

É isso!



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