sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Do homem e suas dependências

(Foto: blog Palavra Rocha)


Talvez, uma das melhores coisas em parar de vez em quando seja a reflexão do nosso cenário. A gente faz isso com o nosso meio ou simplesmente com a nossa vida. E talvez, uma das piores coisas seja parar e refletir. A constatação nem sempre é boa, mas eu, irresistivelmente, assumo esse risco... quase sempre. Para não entrar em nenhum assunto pesado (afinal, hoje é sexta-feira, não é?), eu queria apenas divagar sobre as algemas que o homem cria para si próprio.
Na verdade, essa ideia surgiu quando, anteontem, a bateria do meu celular acabou. Coisa boba, não? Talvez há uns anos. Eu não precisaria falar com ninguém até chegar em casa (o que levaria uns 15 minutos), mas não é só isso. Telefone celular só se chama telefone ainda por mera convenção. As músicas que ouço, estão nele. A lista do mercado, que eu faria no caminho, estava nele também. E eu não sabia mais o que comprar. Algumas coisas, talvez, mas certamente faltaria algo da lista. Mudemos: se faltasse luz há anos atrás na empresa onde seu pai trabalhava (se você tiver mais de 30 anos, senão, pense no seu avô), eles acenderiam uma vela, abririam a janela e, de qualquer forma improvisada, continuariam o expediente. Hoje em dia, muitas empresas param se não houver luz. Computadores, claro. E internet.
Aliás, internet, tão nova, já se instalou nas nossas vidas e, hoje, ficamos sem televisão, sem carro, sem... sem companhia, até, mas não sem internet. E lembram quando falei que os telefones celulares são chamados telefones só por convenção? Hoje, mais são usados para internet do que para falar (ao menos, falar da forma tradicional da telefonia).
Essas bobagens, que todo mundo sabe, mas não repara, são reflexões de cotidiano. Elas me fazem questionar a inteligência real do homem, pois ao passo que tão criativo é, também é o único ser que cria facilidades/alternativas para um fator e, depois, vira dependente delas. Será um apego a criações? Digo que não. Digo que é uma inerência chata que temos ao comodismo. Aquilo que nos proporcionar a possibilidade de ter coisas fáceis, comprará nossa alma. A maldita “lei do menor esforço”. Mas isso é um outro papo.
Valeu.

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