terça-feira, 24 de maio de 2011

Sobre o Billboard Awards 2011

Backstage da Billboard Awards 2011, em Las Vegas (Foto: Billboard.com)

E domingo aconteceu a premiação da Billboard americana lá em Las Vegas. Belo cenário. Gostaria de dizer o mesmo dos vencedores, mas... bem, sem grandes enrolações (até porque o meu tempo hoje, infelizmente, é curto) vamos aos vencedores e comentários sobre tais.

Categoria Top Artist (que seria Melhor Artista aqui): surpreendi-me ao saber que o vencedor foi Eminem. Gostei de não ter sido Just Bieber (putz, é Justin! Sempre confundo!), mas achava que Lady Gaga faturava este. Pelo visto, o que rola por aqui não tem a mesma intensidade do que rola lá nos EUA. Pelo menos eu não vi Eminem em tanto destaque assim, mas tudo bem.
Eminem (Foto: Dig Now)

Top Hot 100 Song: esse eu nem vou comentar. Os concorrentes eram tristes! E como “hot music” para americano sempre é Hip Hop ou R&B, prefiro não falar para não ser injusto.

Top Billboard 200 Album (seria o melhor álbum tomando por referência o ranking da Billboard): Susan Boyle estava concorrendo e isso foi legal, mas na real mesmo quem ganhou foi Eminem, com Recovery. Isso não dá para discutir, já que é só um consolidado do que foi o ano do ranking deles, mas seria legal se Susan ganhasse.

Top New Artist (Artista novo): para o meu desprazer, o vencedor foi Justin Bieber! Esse garoto já está nas paradas há um tempo e ainda ganha prêmios de artista novo?? Não concordo, não. Aliás, não concordo com prêmio nenhum porque é tétrico! Quem sabe quando crescer não vira astro de verdade... por enquanto, não!

Top Touring Artist (trocando em miúdos, melhor turnê): esta categoria estava mais respeitável! Os concorrentes eram: Roger Waters, Lady Gaga, Michael Bublê, U2 e Bon Jovi. Frente ao que foi a premiação em geral, qualquer um desses para mim era lucro, mas talvez eu votasse em Roger Waters (sendo beem parcial). Enfim, o vencedor foi o U2 (derrubando Lady Gaga, favorita). Boa escolha! Os shows deles são inegavelmente espetaculares!
U2 recebendo o prêmio da Billboard (Foto: Buzznet)

Top Duo/Group (melhor dupla ou banda): mesmo não sendo fã, gostei de ver Linking Park e U2 concorrendo a este prêmio, mas quem levou mesmo foi (oh!) The Black Eyed Peas. Não vou reclamar deste grupo porque tem talento, embora eu não goste do estilo de música. De qualquer forma, merecido.

Top Country Album: olha... quem ganhou foi a country-pop da onda lá que é a tal da Taylor Swift. Ok, mas para mim, country é outra coisa. Quase todos os concorrentes fazem um som muito do pop! Ponto, então, para Zac Brown Band que é a única banda daquelas que tem um som country de verdade.

Pulo Rap Album e vamos para Rock Album: quem não conhece a banda vencedora, que foi Mumford & Sons, não está perdendo muita coisa, não. Aliás, se isso é Rock eu não sei mais do que eu gosto! Nunca pensei dizer isso, mas preferia que o Linking Park ganhasse (concorreu, mas perdeu).

Top Social Artist: Justin levou. Esse prêmio tem a ver com influências em redes sociais, o que prova que número de seguidores em Twitter não diz muita coisa, já que Lady Gaga, mais uma vez perdeu. Já em Top Digital Song (música digital), nenhum dos dois concorreu e quem ganhou foi Taio Cruz.

Justin Bieber ganhou grande parte dos prêmios ligados a popularidade por redes sociais, mas na hora do vamos ver mesmo, como Top Male Artist (melhor artista masculino) por exemplo, ele escorregava. E até na hora de Pop Artist, quem venceu foi (enfim) Lady Gaga. Train ganhou prêmios como melhor Artista e Música de Rock. Para quem não conhece, é uma banda com um rock mais suingado e potencialmente mais leve. Aliás, a contar pelas categorias de rock que ganharam prêmios eu diria que o Rock americano está entrando em uma tendência de rock suave, sem grandes pesos de guitarra. Até o alternativo que ganhou foi um som limpinho. 

Neil Diamond, homenageado com o Icon Award (Foto: Billboard.com)

Pessoal, não vou poder continuar falando de prêmio-a-prêmio (até tentei, mas não deu), uma porque o post vai ficar gigante, e outra porque o “tempo urge”! De qualquer forma, apesar da crítica falar que Justin Bieber dominou a premiação, quem comandou mesmo foi a turma do Hip Hop e R&B que já reina no cenário musical americano há bastante tempo. Ah, e teve uma coisa muito legal: Neil Diamond ganhou o prêmio Icon Award (seria tipo ícone da música)! Gostei da homenagem e, sei que vai ser a terceira vez que posto vídeo com esta música, mas vou encerrar com a apresentação dele no prêmio que, claro, cantou Sweet Caroline!

Um bom dia a todos! Valeu!


terça-feira, 10 de maio de 2011

Do Rock e seus personagens "fictícios"


É muito comum lembrarmo-nos de personagens marcantes em filmes, seriados, novelas, livros, mas, outro dia, estava lembrando de uma determinada música e, naquelas de uma idéia puxa outra, reparei o quanto há personagens nas músicas também! E é disso que vou falar hoje!
Capa do disco Calango, Skank

Na década de 90, curtimos Jackie Tequila, música do Skank! E foi um grande hit que, até hoje, agita o show deles com aquela energia que só a nostalgia proporciona. Independente do que ou quem era Jackie, era o objeto de desejo e nela estavam todos os prazeres e belezas imagináveis. Também neste mesmo álbum (que foi o Calango) estava a música Sam. E nela outro personagem, que leva o nome do título; este bem menos marcante e era a figura do rebelde, do antimodismo.

Ainda nessa época outro personagem musical marcou o mundo das artes: Mr. Jones! Levando o nome da música do Counting Crows, Mr. Jones era, na verdade, o coadjuvante da música, pois era a companhia do narrador e, junto com ele, estava a conversar num bar ou casa noturna num clássico papo livre de bar, com direito a choros, bebedeiras e mulheres. O engraçado é que, antes de eu conhecer a letra da música, logo nas primeiras vezes que eu a ouvi, não imaginava que o tema era esse. Grande música!

Counting Crows no clipe de Mr. Jones

Polly foi a personagem criada por Kurt Cobain e teve uma polêmica na época sobre sua letra, onde dizia “Polly wants a cracker” (Polly quer um biscoito) e muita gente falava que na verdade a intenção era Polly quer crack! Não importa e isso não faz diferença ao peso da música que remete a nada menos que o seqüestro e abuso de uma criança. Dizem que foi baseado em um fato real, mas eu não creio nisso, embora possa ser baseado em realidade geral.

Legião Urbana lançou alguns clássicos personagens: João de Santo Cristo, de Faroeste Caboclo, um caipira marcado por uma vida difícil que sacrifica a vida por seus valores e morre em uma cena típica de drama grego; Leila, uma mulher comum e, ao mesmo tempo, fantástica; Eduardo e Mônica, um casal que tinha tudo para dar errado, mas deu muito certo e construiu sua vida batalhando, como bons brasileiros.

Legião Urbana
Capital Inicial lançou Natasha, uma personagem que larga tudo para viver os perigos e emoção do submundo; muito parecida com personagens estilo Christiane F., Bruna Surfistinha e afins. Essa música (tinha o nome dela) foi um grande hit do Acústico do Capital Inicial. E, uma geração antes, como não lembrar da clássica (e devassa) Silvia, de Camisa de Vênus! Com o refrão que dizia “Ô, Silvia, piranha!”, essa música dispensa comentários sobre o que falava da personagem.

Um dos mais clássicos personagens do mundo do rock talvez seja (e também leva o nome da música) Johnny B. Goode! Era um caipira de Louisiana que mal sabia ler, mas que era um fenômeno na guitarra. Na música, Johnny não era a figura do roqueiro rebelde, ao contrário do que o ritmo possa sugerir, mas era uma pessoa admirada por todos pelo seu dom de tocar guitarra e era uma aposta futura de ser um rockstar. Alguns dizem que Johnny B. Goode foi um personagem autoinspirativo de Chuck Berry, mas isso também não é confirmado.

Bem, antes que isso renda um livro, vou parando por aqui com a difícil tarefa de encerrar com um vídeo. Vou amenizar a minha indecisão encerrando com dois vídeos: um nacional e um internacional.

Valeu!





segunda-feira, 9 de maio de 2011

Os passos, as passadas e a música


Ramones (Foto: RHT)

Já reparou como os filmes de hoje tem diálogos mais rápidos? E como as séries são mais curtas? E como nossas agendas são mais lotadas do que as dos nossos pais, na época em que tinham a nossa idade? Não foi só a linguagem que mudou (independente de você achar uma evolução ou involução), mas o ritmo de vida também. Os gregos antigos devem estar se revirando no caixão com isso, mas tudo bem; é assunto para um outro dia. De qualquer forma, o ritmo de hoje é mais acelerado e sempre mais do que ontem e menos do que amanhã. E é engraçado perceber o quanto a música acompanha isso e reflete essa mudança direitinho.

Procure ouvir um rock que você considerava pesado há 10 ou 15 anos atrás! Você vai até bocejar, se duvidar. E quem curte música eletrônica, então, certamente sentiria tédio em uma rave regada a repertorio de Haddaway ou DJ Bobo, onde o metrônomo do bate-estaca deles era muitos compassos mais lento do que os trances de hoje em dia. Falando no campo do rock, isso é bem visível quando analisamos a trajetória do punk rock. Para quem não sabe, o punk rock surgiu nos anos 70, com uma atitude anticomercial e defendendo uma maneira mais simples de se fazer rock do que o heavy metal e progressivo que dominavam o cenário até então. Também decidiu tratar de temas mais mundanos como política, ideologia e, quando fútil, falavam abertamente e objetivamente sobre sexo, drogas e farras (embora não tenha sido do punk a origem do termo “sexo, drogas e rock’n’roll”).
The Stooges (Foto: Studio 1120)

O Ramones é dito o pai do punk, mas seus precursores já faziam um som muito parecido e por alguns (e eu me incluo neste grupo), já considerado punk rock. Estou falando de bandas como The Stooges e MC5. De qualquer forma, qualquer uma dessas bandas que você queira ouvir vai perceber as atitudes agressivas do punk, mas certamente, se você for uma pessoa que só conhece este estilo por bandas famosinhas dos anos 80/90 como Blink 182, Green Day, Pennywise, Raimundos e afins... vai questionar a natureza punk das bandas anos 70, pois a diferença de velocidade do ritmo e gritante! E garanto que as pessoas da época dos Ramones achavam a música deles super-rápida!

É, as coisas vão mudando, a gente vai se enquadrando (ou sendo enquadrados) sem nem perceber! Particularmente, como já gosto de músicas antigas, prefiro o ritmo punk dos anos 70 mesmo. A velocidade do mundo de hoje me irrita, não por medo, mas por ver o quanto a velocidade é usada como ferramenta de alienação do pensamento geral. Sem tempo para pensar, não se questiona, não se rebela e por aí vai. Mas hoje não vou brigar, não vou criticar. Só queria mesmo fazer essa observação entre a aceleração das nossas vidas e dos ritmos musicais ao mesmo tempo. A arte reflete a vida... que reflete a arte!
 
Um bom dia a todos nós!