segunda-feira, 12 de março de 2012

O canto do rock


Nada que pareça tão grandioso nasceu daquela forma. Na verdade, quanto maior a dimensão, maior o sucesso, maior o orgulho, maior a influência... mas menor a essência, menor a proximidade, menor a intimidade e o princípio pode se perder. Então, voltamos ao canto, aquele lugar onde nos sentimos mais à vontade, mais simples, onde as energias se renovam, onde não há ninguém a quem agradar além da própria poesia. E tão importante quanto crescer e alcançar novos horizontes, é valorizar onde tudo começou.
Volto anos atrás e, naquela época, tão poucos ambientes de rock havia na cidade. Tão poucas pessoas os freqüentavam. Tão sedentos por um espaço. Éramos, afinal, todos adolescentes. E lá estava a casa de show que surgiria com a cara do rock local. Era pequena. Sua luz, penumbra. Suas paredes, claro, decoradas. Tudo era root. Tudo cheirava a rock. A banda, não em um palco acima da platéia, mas ali, no mesmo nível. O espaço entre os integrantes da banda, sim, era pouco. Mas não era isso que importava, porque o som que saía das caixas das guitarras, do microfone, junto com a bateria... sim, aquilo era o suficiente para sentir a força do rock primordial, simples. Era um movimento. E até a clássica cena de ter que pedir licença ao guitarrista para poder passar adiante e chegar ao banheiro era parte do ritual. Afinal, aquilo tudo era o cantinho do rock. Aquilo também era Rock’n’roll.
Orgulho dos que começaram lá. E os que começaram lá, tenho certeza, jamais esquecerão aquele lugar que alegrou tantas noites. Valorizemos o canto íntimo onde as coisas podem ser como realmente são! E um brinde a uma saudosa casa de show que sabia traduzir a essência do movimento rock, um brinde ao Café Calypso!




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