sexta-feira, 2 de março de 2012

Rock nacional: o cume irreverente e suas lembranças



Cartoon dos Mamonas Assassinas em seu cd. (Foto: A Saber)


Era o ano de 1995. Naquela época eu não estava tão antenado em rock e nem tinha conhecimento de história de bandas e todas essas coisas sobre as quais gosto de falar hoje em dia. Lembro apenas de que bandas como Skank, Paralamas e Legião Urbana dominavam o cenário musical do rock nacional, juntamente com os novatos Raimundos, Planet Hemp e Charlie Brown Jr. Foi nesse cenário que surgiu uma banda com um instrumental, muitas vezes, tão pesado quanto os últimos citados; outras vezes tão regionais que nem pareciam rock e, na maioria das vezes, misturando tudo. Só que não foi isso que chamou a atenção, mas sim, o figurino do grupo, sempre com fantasias a La Carnaval de Rua Carioca, e as letras das músicas: genuinamente irreverentes. Começava uma febre de sucesso chamada: Mamonas Assassinas.
Capa do disco. (Foto: L&PM blog)

O início do sucesso daqueles rapazes foi tão repentino quanto o fim dele, pela tragédia que todos sabem. Naquele ano eu ainda morava em Salvador e lembro nitidamente que as rádios tocavam as músicas deles incessantemente. E a garotada ficava cantando em rodas de amigos. E achava incrível porque eram várias músicas que tocavam nas rádios e não uma só de cada vez, como costumava ser naquele tempo. Foi realmente um sucesso que se espalhou de forma muito rápida. O show que eles fizeram na cidade foi um dos mais lotados que teve, pelo menos, nos anos próximos.

Para quem não sabe, os Mamonas Assassinas nem sempre foram estilo rock cômico. O início deles foi com o nome de Utopia e faziam cover de bandas nacionais. A idéia de fazer rock cômico surgiu quando em um dos shows pelo interior de São Paulo (eram banda de Guarulhos) Dinho decidiu tocar paródias de músicas e, estranhamente, foi bem aceito pelo público, muito devido a performance do cantor, que conseguia ser carismático de “escrachado” ao mesmo tempo. A mudança de nome e o sucesso de mídia aconteceram quando “caíram nas graças” de Rick Bonadio, um dos produtores mais comercialmente visionários do Brasil, falando de pop-rock.

Mamonas Assassinas tocando. (Foto: Edu Moraes)
Não sei como estariam hoje se estivessem vivos, mas enquanto estiveram, a mensagem que eles passaram a todos foi de alegria. E um fator engraçado: chamou a atenção de todas as idades. As crianças gostavam, os adolescentes, os adultos... todos acabavam rindo do divertido repertório dos Mamonas. É um tempo que até dá saudades. Souberam fazer rock cômico de verdade, como já não se vê mais. Por sinal, não falei lá no início do texto, mas hoje é a data do fim dos Mamonas Assassinas, há 16 anos. Encerro com dois vídeos de hits deles: Pelados em Santos, a primeira que ouvi, e Mundo Animal, que na época era uma das minhas preferidas. 

Valeu, Mamonas!



Nenhum comentário:

Postar um comentário