VMB 2012, o início. (Foto: Marcos Issa/Argosfoto/MTV) |
Ontem houve a tradicional premiação de música da MTV, o prêmio VMB. Eu já nem sei mais o que significa VMB, porque não pode ser o que eu achava que fosse! No ano passado eu não postei nada sobre o prêmio por indignação ao ano anterior. Em 2010, comentei que o lado bom daquela premiação (dispensarei adjetivos!) era que o modismo musical contemporâneo faria com que o cenário mudasse rapidamente e poderíamos ter outros artistas premiados dali em diante. Bem, em parte eu errei: as coisas não foram tão rápidas assim. E em parte, acertei: houve mudanças, sim... tive que me acorrentar na cadeira sob sérios riscos de me atirar da janela.
Em 2010 fui bem comedido (se quiser relembrar, clique aqui) e peço desculpas se não conseguir o ser dessa vez. Talvez seja a idade avançando, o que normalmente é acompanhado de uma inversa proporção de paciência ao absurdo! Enfim, vamos primeiramente ao lado bom da premiação: lado bom..........................................bem.............................ok, ok, achei: o cenário estava bem legal! A produção estava melhor e toda a parte visual foi bem feita! Talvez a apresentação do D2 também, mas eu confesso que nunca fui muito fã dele e tenho uma declarada aversão a rap, estilo pelo qual ele sempre se aproximou misturando primeiro com rock e, atualmente, com samba.
Gaby Amaranto, maior vencedora do VMB 2012 |
Falando das apresentações, quase todas foram muito ruins! Salvaram-se D2 e Agridoce, nova banda da Pitty. E por pouco. Nós estamos seguindo a tendência americana de valorizar o rap, o que lá se dá através do hip hop, e a grande parte das apresentações foi nessa linha. Ok, eu não gosto, mas lá nos EUA pelo menos tem algum talento envolvido: letra, voz, produção. Aqui os rappers são toscos, as letras ruins, a voz ruim, a atitude é uma arrogância que beira a repugnância... não é a mesma coisa. Não dá para respeitar isso (ao menos, por enquanto)! Teve uma dessas tétricas bandas que subiu ao palco e ficou alguns minutos só xingando e falando palavrões, achando que isso era ter atitude! Faça-me o favor! É lamentável! Aí, sobe ao palco uma cantora que foi anunciada como “a tal” do punk e rock: Karina Buhr. Lembra quando me acorrentei na cadeira? Acho que foi nessa hora! Sem exageros, eu nunca ouvi algo tão ruim em toda a minha vida! Uma música sem letra, uma cantora sem voz nenhuma, desafinada, forçando uma atitude muito pior do que a Kesha faz, por exemplo (imagine!). Depois veio outra: Karol com Ká. Minha esposa sabiamente comentou: “hoje em dia é só se vestir igual louca e falar umas baboseiras para aparecer na televisão”. Isso é muito triste!
Bom, o que se esperar de um país cujo hit é Eu quero tchu? Esses caras até foram lá fazendo parceria com Bruno Sutter e sua ridícula paródia com a banda Detonation! E falando em hits ruins, vamos, então, às premiações em si: a grande vencedora foi Gaby Amaranto, com 3 prêmios. Ela é quem canta Ex my Love. Nessa onda de músicas vazias, esta é mais uma dessas. Ao menos ela veste a "roupa" de brega e se assume como tal. E até que a voz dela não é ruim, mas a ideia de colocá-la no holofote e premiá-la me assusta muito! Enfim, ganhou Melhor capa, Artista feminina e Artista do ano (o principal prêmio do evento). Prêmio Revelação foi dado à Projota, banda de rap, gênero que se fez muito marcante neste VMB. Melhor disco: Sintoniza lá, de B-negão. Nesse eu torcia para Agridoce, embora não ache bom, mas era o menos pior! Melhor banda: Vanguart, uma banda com muita cara de amadora, um tanto ruim, mas melhor do que o Restart levar esse prêmio. Melhor artista masculino: Criolo, gente boa, mas não curto nem de longe a música dele. Estavam indicados (e perdidos) Dinho Ouro Preto e Lenine; em vão, torci para algum dos dois.
Rita, Gaby, Agridoce e Emicida (Foto: Leiajá imagens) |
Como prêmio Aposta, quem levou foi O Terno. Nesse momento eu estava quase catatônico já. Qualquer um que ganhasse estaria me levando à loucura um pouco mais. Melhor música: dois vencedores: Wado (Com a ponta dos dedos) e Emicida (Dedo na ferida). Seria ótimo se a Rita Lee, indicada, ganhasse com Reza, mas já não tinha mais esperança disso. Clipe do ano: Racionais MC, Mil faces de um homem leal; não sei, não assisti nenhum dos indicados, nem vou comentar. Aí houve as premiações que o público elege... deveriam ser as melhores, mas hoje em dia, eu tenho pânico disso! Enfim, Restart levou o prêmio de Hit do ano. Essa banda é muito bem relacionada na internet, então, consegue angariar votos cegos de fãs apenas por conta disso e não por qualquer outro tipo de merecimento. Novamente foram vaiados e tiveram que dar as respostas clichê, embora este ano não tão humildes quanto em 2010. Ou seja, o único respeito que tinha por eles, foi pelo ralo completamente! O outro prêmio eleito pelo público foi Artista internacional, onde ganhou One Direction frente a talentos reais como, por exemplo, Lana Del Rey e Maroon 5. Até Kate Perry seria mais plausível. Enfim, pobre Bieber que foi preterido dessa vez (ainda bem!)...
Para finalizar, queria comentar que o prêmio principal, Artista do ano, bem poderia ter recaído para Rita Lee ou Agridoce. Estamos falando de uma premiação de música, gente! Arte! Não pode essa Gaby ser o destaque disso! Ou é a falência declarada da nossa cultura? Não respondam. É melhor. Fica aqui meu compromisso de que este é o último post que faço do VMB até que nosso cenário musical seja devolvido à arte de verdade! Não tenho mais estômago e paciência para isso! E nem quero ficar escrevendo só na vibe de soltar veneno, pois não é meu estilo de crítica musical favorito! Só que com um cenário desses, não dá para evitar! Peço desculpas ao teor pesado e rude das críticas desse post e isso também justifica minha decisão de não mais comentar o VMB daqui em diante! A menos que tudo mude! Oremos!
E assim, mais uma vez, me vou!
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