sexta-feira, 21 de setembro de 2012

VMB 2012 e os túmulos revirados


VMB 2012, o início. (Foto: Marcos Issa/Argosfoto/MTV)


Ontem houve a tradicional premiação de música da MTV, o prêmio VMB. Eu já nem sei mais o que significa VMB, porque não pode ser o que eu achava que fosse! No ano passado eu não postei nada sobre o prêmio por indignação ao ano anterior. Em 2010, comentei que o lado bom daquela premiação (dispensarei adjetivos!) era que o modismo musical contemporâneo faria com que o cenário mudasse rapidamente e poderíamos ter outros artistas premiados dali em diante. Bem, em parte eu errei: as coisas não foram tão rápidas assim. E em parte, acertei: houve mudanças, sim... tive que me acorrentar na cadeira sob sérios riscos de me atirar da janela.

Em 2010 fui bem comedido (se quiser relembrar, clique aqui) e peço desculpas se não conseguir o ser dessa vez. Talvez seja a idade avançando, o que normalmente é acompanhado de uma inversa proporção de paciência ao absurdo! Enfim, vamos primeiramente ao lado bom da premiação: lado bom..........................................bem.............................ok, ok, achei: o cenário estava bem legal! A produção estava melhor e toda a parte visual foi bem feita! Talvez a apresentação do D2 também, mas eu confesso que nunca fui muito fã dele e tenho uma declarada aversão a rap, estilo pelo qual ele sempre se aproximou misturando primeiro com rock e, atualmente, com samba.

Gaby Amaranto, maior vencedora do VMB 2012
Falando das apresentações, quase todas foram muito ruins! Salvaram-se D2 e Agridoce, nova banda da Pitty. E por pouco. Nós estamos seguindo a tendência americana de valorizar o rap, o que lá se dá através do hip hop, e a grande parte das apresentações foi nessa linha. Ok, eu não gosto, mas lá nos EUA pelo menos tem algum talento envolvido: letra, voz, produção. Aqui os rappers são toscos, as letras ruins, a voz ruim, a atitude é uma arrogância que beira a repugnância... não é a mesma coisa. Não dá para respeitar isso (ao menos, por enquanto)! Teve uma dessas tétricas bandas que subiu ao palco e ficou alguns minutos só xingando e falando palavrões, achando que isso era ter atitude! Faça-me o favor! É lamentável! Aí, sobe ao palco uma cantora que foi anunciada como “a tal” do punk e rock: Karina Buhr. Lembra quando me acorrentei na cadeira? Acho que foi nessa hora! Sem exageros, eu nunca ouvi algo tão ruim em toda a minha vida! Uma música sem letra, uma cantora sem voz nenhuma, desafinada, forçando uma atitude muito pior do que a Kesha faz, por exemplo (imagine!).  Depois veio outra: Karol com Ká. Minha esposa sabiamente comentou: “hoje em dia é só se vestir igual louca e falar umas baboseiras para aparecer na televisão”. Isso é muito triste!

Bom, o que se esperar de um país cujo hit é Eu quero tchu? Esses caras até foram lá fazendo parceria com Bruno Sutter e sua ridícula paródia com a banda Detonation! E falando em hits ruins, vamos, então, às premiações em si: a grande vencedora foi Gaby Amaranto, com 3 prêmios. Ela é quem canta Ex my Love. Nessa onda de músicas vazias, esta é mais uma dessas. Ao menos ela veste a "roupa" de brega e se assume como tal. E até que a voz dela não é ruim, mas a ideia de colocá-la no holofote e premiá-la me assusta muito! Enfim, ganhou Melhor capa, Artista feminina e Artista do ano (o principal prêmio do evento). Prêmio Revelação foi dado à Projota, banda de rap, gênero que se fez muito marcante neste VMB. Melhor disco: Sintoniza lá, de B-negão. Nesse eu torcia para Agridoce, embora não ache bom, mas era o menos pior! Melhor banda: Vanguart, uma banda com muita cara de amadora, um tanto ruim, mas melhor do que o Restart levar esse prêmio. Melhor artista masculino: Criolo, gente boa, mas não curto nem de longe a música dele. Estavam indicados (e perdidos) Dinho Ouro Preto e Lenine; em vão, torci para algum dos dois.

Rita, Gaby, Agridoce e Emicida (Foto: Leiajá imagens)
Como prêmio Aposta, quem levou foi O Terno. Nesse momento eu estava quase catatônico já. Qualquer um que ganhasse estaria me levando à loucura um pouco mais. Melhor música: dois vencedores: Wado (Com a ponta dos dedos) e Emicida (Dedo na ferida). Seria ótimo se a Rita Lee, indicada, ganhasse com Reza, mas já não tinha mais esperança disso. Clipe do ano: Racionais MC, Mil faces de um homem leal; não sei, não assisti nenhum dos indicados, nem vou comentar. Aí houve as premiações que o público elege... deveriam ser as melhores, mas hoje em dia, eu tenho pânico disso! Enfim, Restart levou o prêmio de Hit do ano. Essa banda é muito bem relacionada na internet, então, consegue angariar votos cegos de fãs apenas por conta disso e não por qualquer outro tipo de merecimento. Novamente foram vaiados e tiveram que dar as respostas clichê, embora este ano não tão humildes quanto em 2010. Ou seja, o único respeito que tinha por eles, foi pelo ralo completamente! O outro prêmio eleito pelo público foi Artista internacional, onde ganhou One Direction frente a talentos reais como, por exemplo, Lana Del Rey e Maroon 5. Até Kate Perry seria mais plausível. Enfim, pobre Bieber que foi preterido dessa vez (ainda bem!)...

Para finalizar, queria comentar que o prêmio principal, Artista do ano, bem poderia ter recaído para Rita Lee ou Agridoce. Estamos falando de uma premiação de música, gente! Arte! Não pode essa Gaby ser o destaque disso! Ou é a falência declarada da nossa cultura? Não respondam. É melhor. Fica aqui meu compromisso de que este é o último post que faço do VMB até que nosso cenário musical seja devolvido à arte de verdade! Não tenho mais estômago e paciência para isso! E nem quero ficar escrevendo só na vibe de soltar veneno, pois não é meu estilo de crítica musical favorito! Só que com um cenário desses, não dá para evitar! Peço desculpas ao teor pesado e rude das críticas desse post e isso também justifica minha decisão de não mais comentar o VMB daqui em diante! A menos que tudo mude! Oremos!

E assim, mais uma vez, me vou!



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