Hoje faz 19 anos que Kurt Cobain partiu deste mundo. Há 2 anos escrevi um post em homenagem a ele (se não leu na época, clique aqui), mas acho que nunca chegará um dia no qual não se tenha nada mais a falar. Hoje vou comentar curiosidades de uma situação específica: um dos shows que considero mais talentosos do Nirvana... e atípicos também – O MTV Unplugged, gravado em 1993, New York.
Deve ter sido estranho para quem estava acostumado a pular e agitar ao som do Nirvana, de repente, assistir ao show deles sentado. Aliás, eles estavam sentados! E sem guitarras. Bem, sem guitarras não exatamente, mas tocando de uma forma muito mais limpa que o de costume. E a característica mais marcante do grunge (a distorção) não se fez presente, embora eles tenham usado alguns efeitos menos sujos. E é por isso que eu sempre falo que o grunge não é um estilo de tocar, mas um movimento cultural do rock; mas isso é papo para outro dia. Enfim, o que algumas pessoas não sabem é que esse show quase não acontece. Kurt estava sumido da banda há dias e faltou a quase todos os ensaios marcados. Dave Grohl, então, assumiu a liderança da banda e coordenou os ensaios mesmo sem o Kurt presente.
Quando os executivos da MTV já não acreditavam mais que iria acontecer, Kurt aparece a menos de uma semana da data da gravação, com um repertório completamente diferente do que a banda estava ensaiando. Não é a toa que quase metade do setlist é composta de covers. E eu sei que deve ter sido uma merda para a banda, mas a escolha do repertório de Kurt foi genial! E o disco é um dos melhores acústicos que eu já ouvi (embora reconheça que é tosco em muitas partes, mas isso também é arte). Curiosamente, enquanto Kurt estava ausente, surgiram músicas como Monkey Wrench e Everlong (se não me engano sobre esta) que depois viriam a se tornar repertório do Foo Fighters, sob comando de Dave Grohl.

Aos trancos e barrancos, o MTV Unplugged do Nirvana aconteceu... graças a Deus! Os fãs agradecem. E mesmo mal ensaiado, a performance da banda estava enérgica como sempre. Não agitada, claro, mas cheia de arte! E é isso que sempre fará falta ao mundo do rock: a arte de Kurt.
Sempre, salve Kurt Cobain!
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