segunda-feira, 15 de abril de 2013

Time is (not) money

 
(Foto: Storenvy)
Quem sabe não seja esta uma das frases mais influentes que os americanos já divulgaram: Time is money! Ou talvez tenha virado um grande jargão. Não sei se é real, mas a frase é atribuída a Benjamin Franklin. Dentro dessa rápida frase, um grande mar de elementos da vida humana: a pressa, o foco, a prioridade, a ganância, o trabalho...
 
Tempo não é dinheiro. Tempo não custa dinheiro. Se custa, não é pelo tempo, mas pelo homem. E essa frase é usada para muitas coisas, mas, tem bastante efeito quando o motivo é sugestionar alguém a fazer seu trabalho com pressa (e, quase sempre anexo, sem pensar) ou quando a ideia é cobrar por tudo o que se faz. É o álibi verbal para a ganância. E, em meio a isso tudo, eu me pergunto: se o tempo não deve ser desperdiçado com nada, se não o que dá dinheiro, certamente alguém não avisou isso a Thomas Edson quando ele perdeu horas e horas e horas na questão da eletricidade sem sequer saber no que isso resultaria. E esqueceram também de avisar Einsten quando perdia momentos homéricos em sua sala ou embaixo de árvores (onde gostava de escrever) desenvolvendo suas teorias físicas, também sem ter um propósito específico de lucro.
 
Tempo não é dinheiro. E é um equívoco quase blasfêmico reduzir uma condição existencial de tamanha proporção como o tempo a uma mera invenção humana. Há tempo para se ganhar dinheiro, mas há tempo para não se ganhar também. Ferramenta é ferramenta e máquina é máquina. Dinheiro é objeto, não é objetivo. É meio para alguma coisa. Não é a coisa em si. Não há nada de mal em ganhar dinheiro, mas o homem deveria ter cuidado para não passar a vida inteira atento a ganhar dinheiro a ponto de deixar a vida passar e acabar perdendo... tempo! Então, agora, dá para entender que “Time is not money”. E por essa lógica final, contrariando Benjamin e os tayloristas, o tempo não custa dinheiro, mas, sim, o dinheiro custa tempo. O tempo? Ah, não menospreze o tempo! Ele nada tem a ver com as nossas questões. Como já disse em um antigo post, o tempo não está preocupado com as questões humanas, com os anseios, com os desejos, com os sonhos, com as frustrações. Haja o que houver, o tempo simplesmente passará.
 
Em desculpas a Mr. Franklin, encerro o texto.
 
 
 
 

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