terça-feira, 7 de maio de 2013

A linha e(in)volutiva da humanidade


(Foto: Thinkstock)


Tenho lido matérias de internet, visto séries de TV e até lido críticas dessa realidade pop-cultural, digamos assim, e tem um aspecto que anda me chamando atenção: é impressão minha ou algumas características estão mudando de lado? Explico: quando vingança “saiu do lado negro da força” e foi promovida a atitude louvável? Quando o ato assassino passou a ser espetáculo digno de aplausos? Acho que perdi o bonde em algum momento e não percebi. 

Admito que muitas vezes o clichê bem x mal é entediante, mas o que anda pairando na cultura hoje, ao contrário do que muitos críticos ditos modernos possam dizer, não é uma humanização verossímil dos personagens fictícios, mas sim uma desconfiguração de valores que pode se tornar perigosa. Infelizmente, o povo é ignorante. A massa é ignorante. As crianças e jovens são ingênuos e, em raras exceções, influenciáveis. Não sei quanto a você, mas eu não gostaria de ter um filho que acredite que a atitude mais obvia frente a alguma discórdia com alguém seja prejudicar a outra pessoa até o ponto de fazê-la sofrer o máximo possível. Não gostaria que meu filho achasse a morte de uma pessoa algo digna de aplauso e comemoração, por pior que seja. 

Não estou querendo bancar o moralista, coisa que não sou, mas não acho esse tipo de banalização saudável pras pessoas. Tenho um sério problema quando a questão é intervenção em vida alheia e esse tipo de cultura que anda sendo divulgado é muito fútil pro meu gosto. Se duvida, pode assistir aos programas de maior sucesso na TV, ou livros ou quadrinhos e perceba: os temas centrais (eu disse, centrais) são em torno de traições, vingança, morte (aclamada). Essas coisas sempre existiram, mas não é isso que me chateia. O que me chateia é o holofote nisso. Eu preferia quando o foco das obras era um enredo elaborado ou uma temática de reflexão ou uma visão inovadora do mundo; quando a cultura era o apelo sensitivo do ser humano. Mas acho que essas coisas viraram caretas... e nossos jovens estão ficando mais fúteis e, pior, insensíveis. 

Talvez seja exagero, mas toda aquela barbárie do homem antigo da História está presente no homem até hoje, com outra roupa, outros motivos. Bem, pelo menos o homem antigo tinha a desculpa de ser intelectualmente menos desenvolvido, ter menos conhecimento, menos cultura, menos referências. Qual é a nossa desculpa dessa vez?




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