segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Elvis e o Rock: porque tudo tem um começo


(Foto: Artilharia Cultural)
 “Basicamente o Rock and Roll começou em 41 com um cantor chamado Arthur ‘Big Boy’ Crudup, que fez a cabeça de uma criança chamada Elvis Presley. E ele transformaria, pela primeira vez na história, o blues em rock and roll”, assim Raul Seixas enxergava o início do Rock. Uns concordam, outros discordam. De qualquer forma é inegável a importância de Elvis Presley para o Rock e, mais que isso, para toda a cultura musical. Nada mal estrear o ano de 2011 no Out of the Box falando deste grande artista que, no último sábado (08), faria 76 anos.

Elvis teve em suas influências musicais o gospel, o blues, ópera e clássica em geral. Aventurava-se no microfone desde criança e tocava violão desde os 10 anos de idade. Dizem que mais do que sua voz, o seu ouvido era fantástico (mais ou menos com o tipo de qualidade a que se atribui a Renato Russo). Particularmente acho sua voz incrível e, não sei se será fácil de entender, mas era diferente de um vozeirão, era algo que eu diria... teatral! E, por falar nisso, tem algo a mais de importância nele: alguns críticos o consideram o primeiro “megapopstar” da história da música, mas, independente disso, eu vejo algo ainda mais importante e que, de fato, criou a cara do rock: a performance de palco! Elvis Presley mudou a forma de se apresentar, de fazer show, de cantar.

Quem, assim como eu, acredita que o Rock é um conjunto, não só de ritmo, mas também de comportamento, expressão, energia; certamente encontrará todos os motivos para validar o título de Rei do Rock dado ao Elvis. A performance teatral, a atitude rebelde, a “saída do script”... heranças dele, ou ao menos, podemos dizer que foi quem abriu as portas.

(Foto: Linhas do Burgo)

O talento de Elvis é tão único, tão específico que, quando comecei a ouvi-lo e tornar-me fã aos poucos, me surpreendi por ele conter coisas que, até então, eu rejeitava: a paranóia com o perfeccionismo técnico e o fato do astro não cantar músicas próprias. Para quem não sabe, embora ele tenha assinado todas as suas músicas, a grande (realmente grande) parte do seu repertório era composto de parcerias com outros compositores que, de fato, eram os donos das letras. Ainda assim, sua genialidade não estava nas músicas, mas na expressão, na voz, na presença.

Entre minhas favoritas, tenho Hound Dog, Blue Suede Shoes (clássicas), Marie’s the name, Don’t cry daddy e In the ghetto. Músicas que podem tocar repetidamente sem me fazer enjoar. Recentemente ouvi a versão dele de Sweet Caroline, musica que já declarei curtir muito (se não leu o post na época, clique aqui) e, putz, é algo fora de sério; enquadrado na sua mania de coreografar improvisadamente que se outro fizesse seria ridículo, mas cabe perfeitamente no melhor jeito Elvis de se apresentar.


Não vou comentar seus filmes, pois não sou conhecedor deles, mas pelo cinema também se aventurou o astro. Serviu ao exército, ficando fora dois anos, numa das mirabolantes estratégias de marketing do seu então empresário Coronel Parker. E, quem diria, depois de todo o movimento Rock que desencadeou, Elvis não gostou do rumo que esse estilo musical tomou. A figura da rebeldia, na verdade, rejeitou o mundo “sexo, drogas e rock and roll”. Os tempos já eram outros; Presley pôde se dedicar às baladas românticas, ritmo que o acolhia melhor na sua fase pós 60, e deixar o fervor do Rock para os novos artistas que entraram pela porta que ele e sua geração abriram, mas, quanto à rebeldia e seus efeitos... era tarde; a semente já estava lançada. Já estava no ar.

Parabéns e RIP sempre, Elvis Presley! Obrigado por possibilitar que o Rock fosse o que foi e o que é! Encerro com alguns vídeos, embora a vontade fosse colocar ainda mais.

Valeu!







Um comentário:

  1. Essas músicas realmente são maravilhosas! Concordo em agradecer à ele pelo que o rock foi...só tenho minhas dúvidas sobre o que está se tornando!
    Ótimo post, vida!

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