terça-feira, 15 de março de 2011

A voz que ainda ecoa


Tim Maia (Foto: blog Ribeirão Preto Musical)

Era 15 de Março de 1998. Há 13 anos não temos mais Tim Maia. Não sei por que a mídia gosta de ignorar sua morte, mas eu vou pedir licença aos roqueiros e dedicar este texto a ele. E tenho certeza que ninguém achará errado.

Sebastião Rodrigues Maia, como sua mãe o batizou, começou sua carreira no final dos anos 50, com a banda Tijucanos do Ritmo (ele morava no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro) e, depois, em 57 fundou o The Sputniks, do qual Roberto Carlos fez parte também. Na verdade, Roberto Carlos, Erasmo, Tim e Jorge Bem eram conhecidos entre si desde novos. Particularmente, acho que tudo começou para Tim Maia com a sua viagem aos Estados Unidos, em 59. Por mais que se diga ter sido desastrosa (foi preso e deportado depois de 4 anos), foi o momento em que adquiriu sua identidade musical: o Soul music.
(Foto: Jovan Macedo)

Que os fãs mais fervorosos me desculpem, mas a verdade é que nos tempos pré-viagem o Tim não se destacou nas bandas que fez. Foi depois do retorno é que pôde moldar o seu estilo, o seu som e aí, à partir do final dos anos 60, ninguém mais o segurou.



Não tenho lembrança da primeira música que ouvi de Tim Maia, mas o que sempre me chamou atenção nele foi sua contradição poética; ele cantava músicas românticas, muitas vezes, simploriamente românticas e tinha aquele aspecto de rebelde, de farrista, aquela voz grossa que não deveria combinar com uma música dançante e de letras suaves, mas que no conjunto da sua arte, caía bem feito uma luva. Tenho em um dos seus hits, a minha favorita: Gostava tanto de você. Não vou ficar não tem a melhor letra, mas certamente tem um dos melhores instrumentais, carregado em influência blues. Por motivos óbvios, eu gostava quando Tim Maia rompia com a MPB e voava pelo território do Jazz, Blues e Soul. Era quando eu o via como singular.
 
De qualquer forma, ele deixou sua marca na música brasileira, faz falta no cenário, mesmo que seja para arrumar uma das suas homéricas confusões com os técnicos de som ou com os empresários ou a mídia... mas, acima disso, pelo talento. Por falar simples e ainda assim soar poético. Encerro com um vídeo que traz a sua irreverência e seu talento também.
 
 Obrigado, Tim Maia!

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