sábado, 12 de março de 2011

Músicas para (nem) todas as horas


(Foto: Getty Images)

Uma rápida conversa (sim, daquelas de mesa de bar) sobre que músicas se tocar em determinadas situações, surgiu uma idéia que, sem pestanejar, transformei em inspiração para texto. Aliás, acho que estou treinando isso. Acaba sendo divertido. Antes de tudo, quero desculpar-me pela ausência. O período de Carnaval é tumultuado no trabalho formal que exerço. Bem, o texto de hoje é sobre músicas para não se tocar em casamentos!

Existem aquelas músicas, várias delas, na verdade, que chega na hora da festa de casamento se toca independente do que seja o tema dela, mas para alguém chato como eu, que gosta de prestar atenção em letras de música, acaba pegando mal. A idéia é divertir, claro, mas, puxa vida, estamos falando de um casamento! Uma união de pessoas! Então, pelo menos em momentos em que se corra o risco das pessoas prestarem atenção nas músicas (e essas pessoas incluem o noivo e a noiva também, claro!) vamos evitar as seguintes músicas no set list:

All Apologies (Nirvana): não dá para tocar uma música onde o refrão diz: “i’m married, burried” (estou casado, enterrado). Definitivamente, não é a mais indicada para um playlist de casamento.

It ain’t me babe (Bob Dylan): Esta talvez seja a campeã de antiromantismo! A letra dela é toda um balde de água fria que o sujeito joga na mulher que o ama. Os versos são basicamente descrevendo tudo o que a mulher deseja de um homem e o refrão, impiedosamente, fala: “but it ain’t me, babe! No, no, no, it ain’t me, babe. It ain’t me you’re looking for, babe” (mas não sou eu, baby. Não, não, não, não sou eu, baby. Não sou eu quem você está procurando). Incrivelmente, Johnny Cash, que tornou essa música famosa, não raro tocava essa música em dueto com a sua esposa, June Carter, mulher por quem foi eternamente apaixonado.

Medo da chuva (Raul Seixas): “como as pedras imóveis na praia eu fico ao seu lado sem saber dos amores que a vida me trouxe e eu não pude viver” [...] “porque quando eu jurei meu amor eu traí a mim mesmo; hoje eu sei que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez”. Ok. Acho que essa música dispensa qualquer comentário do motivo de estar na lista negra das músicas para casamento!

Eu sei (Legião Urbana): Essa não é tão grave, não. Se a idéia desse texto fosse fazer um top 10, talvez essa fosse a última, a mais light, mas o começo dela, fosse um diálogo, não é dos mais sensíveis: “sexo verbal não faz meu estilo, palavras são erros e os erros são seus”. Ok, se não houver outra opção, esta está liberada, mas convém não arriscar.

Love Kills (Ramones): esta fala de um universo meio submundo, mas merece estar na lista pelo seu refrão e título. Em meio a este universo nada romântico, ele sela falando: “o amor mata”, meio que colocando a culpa do amor em toda a sujeira de que o sujeito da música se envolve. Desculpa, Ramones, mas não dá colocar essa num casamento (como se fosse pretensão deles, mas tudo bem).

Babe i’m gonna leave you (Led Zeppelin): a música trata de um diálogo onde o sujeito fala o tempo inteiro que vai ter que deixar a mulher. Não dá para ser mais inapropriado do que isso justamente numa festa de união de casais!

Insensível (Titãs): sobre insensibilidade, esta música garante seu lugar na lista de proibidas para casamentos quando fala exatamente: “é a verdade mais pura eu não consigo amar [...] Insensível, insensível você diz, impossível fazer você feliz”. Realmente, não dá.

Sexo blues (Camisa de Vênus): com a franqueza já conhecida do Camisa de Vênus, e sem papas na língua, a música fala de forma explícita que o sujeito só quer comer a mulher e ponto final. Romântico isso, não? Não, Marcelo, essa vai ficar de fora!

A sua (Raimundos): conhecendo a banda, dá até para imaginar pior, mas não é das mais pesadas, não. Só que o refrão diz: “i’m tired of believing in you, girl/ I tried to believe you” (estou cansado de acreditar em você, garota. Eu tentei acreditar em você). E a música trata de um cara que gostava muito de uma mulher, mas a está deixando por não acreditar mais nela.

A gente é tudo igual (Ultraje a Rigor): bom, do Ultraje não é de se esperar uma música romântica mesmo, mas esta é demais! A música fala de forma direta que quase todas as mulheres que o sujeito teve ele desejou que sumisse depois do rala-e-rola. E, mais, que quase todas as mulheres que ele conheceu são infiéis. Acho que esta música disputaria liderança com a do Bob Dylan.

É claro que na real mesmo, isso não faz tanta diferença porque ninguém lá está prestando atenção nas letras da música em uma festa e querem mais é se divertir, mas achei um assunto legal de se pensar! Esta foi, então, a lista de músicas para não se tocar em um casamento. Sem compromisso, sem seriedade, mas, admita, com coerência! Vou encerrar com duas das que coloquei aí.

Valeu!





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