quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Do rock nacional e os 70


Raul Seixas (Foto:Fique Ligado)
Discussões sobre os altos e baixos do rock nacional são uma constante por onde ando. E cada um puxa a brasa para a sua geração e a discussão não termina. Particularmente, gosto da minha geração quanto ao cenário musical (80/90). Acho que foi quando se consolidou o conceito pop do rock, embora cultura pop seja algo que sempre houve, pelo seu próprio conceito. Aí começaram a definir pop-rock como um estilo musical (o que eu não acho muito legal). Enfim, nessa época estamos falando de Lulu, Cássia Eller, Cazuza, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Ultraje a Rigor, Plebe Rude, Biquíni Cavadão... essa turma que é considerada a era de ouro no nosso rock, o brasileiro.

Não vou falar deles dessa vez, vou retroceder um pouco e valorizar uma década onde o rock tinha uma cara diferente e, embora eu não tenha vivido isso, foi extremamente forte e rico: anos 70. E, aliás, vou fazer mais do que isso; vou falar do que foi o rock dos 70 aqui no Brasil.

Os Mutantes (Foto: blog Naftalina)
Se perguntar sobre os anos 70 no Brasil, 80% das pessoas vai saber citar Os Mutantes, Raul Seixas, Camisa de Vênus, Secos e Molhados e terá dificuldades de continuar depois disso. Sou fã de Raul (quem me conhece sabe), gosto muito de Camisa de Vênus e gosto dos Mutantes e Secos e Molhados também, mas hoje quero citar outras bandas que fizeram história por aqui e, às vezes, esquecemos de falar.

Na verdade, os anos 70 foram quando o rock nacional começou a criar a sua cara, imprimir seu estilo. Acho que, não querendo menosprezar ninguém, Os Mutantes influenciaram muito isso e inspiraram uma série de bandas que chegaram com um rock mais eclético, misturando tendências visceral, psicodélico e até mesmo, progressivo (para quem achava que isso era exclusividade dos ingleses).

O Terço (Foto: blog Era uma vez na estrada)
O Terço foi uma dessas bandas. Ouçam Criaturas da noite e verão o misto de progressivo com erudito (aquela melodia mais prolongada, uso de vocais em altos tons, piano explorado). Aí podemos ouvir Não fique triste, da banda O Peso: influências de folk, progressivo e vocal que ameaça rabiscar um metal (algo parecido com Robert Plant, em tempos áureos do Led Zeppelin). Arnaldo e Patrulha do Espaço, em Cortar Jaca, começa com um som discreto de piano e se transforma num rock experimental do melhor estilo, inclusive na letra cheia de ilustrações; variando ritmos, explorando solos de guitarra e piano também, mostrando a herança dos 50. Muito bom! Depois, podemos ouvir Juriti Butterfly, de Sá, Rodrix e Guarabira. Essa música já traz uma pegada de clássico, progressivo e, no encerramento, ameaça um baião (sério!). A banda Som Imaginário tinha guitarras de rock estilo 70, mas já começava a lançar as bases melódicas do que se tornaria o pop dos 80. A combinação ficou boa também.

Ouvindo Raul Seixas, Os Mutantes e Secos e Molhados dá, sim, para ter noção do cenário rock dos 70 aqui no Brasil, já que foram os destaques da época, mas vale a pena conferir essas outras bandas que citei e que estiveram lá também. Todas elas têm particularidades muito boas no seu som e merecem reconhecimento! Se pudesse colocaria todas as músicas que citei, mas aí estenderia demais o post. Vou colocar uma das que mais gostei: 




Deem uma olhada nessas bandas. Vocês vão curtir! 

Valeu!

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