quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Das mentiras coletivas

Olha que curioso: de todas as situações desagradáveis que uma pessoa pode sofrer, não fisicamente, mas no aspecto de relações sociais, uma das que mais vejo ser citada é “ser enganada”. A mentira é uma das coisas que mais irrita o outro. Agora, é de espantar que só prestemos atenção a ela quando nos é trazida em forma de diálogo; ou seja, quando estamos conversando com alguém e este nos mente. E isso dá um sentimento de repulsa terrível. Ok. Mas por que aceitamos a mentira que nos é imposta desde sempre pelos mais variados meios de comunicação? TV, escola, livros, grupo de pessoas... Ei, eu não estou acusando todos os meios! Daqui a pouco, vão dizer “Pô, o Leo está mandando jogar os livros fora!”. Não é isso.

Rebobinando: existem as mentiras individuais: aquelas que uma pessoa vem, conta, e cedo ou tarde percebemos. Dá raiva, não? Ok. Só que existem também as chamadas mentiras coletivas: aquelas que foram formadas por consenso de pessoas. Estas são as mais perigosas, porque podemos não perceber jamais! E é tão alienante que a verdade passa em nossa cara e mesmo assim continuamos grudados na mentira como se esta fosse um talismã, um porto seguro... ou qualquer coisa do tipo.

domingo, 26 de setembro de 2010

Resgatando o Rock: Fuzzcas

Carol Lima, vocalista. Lucas Leão, baterista. Banda Fuzzcas (foto: Fabiane Barreto)
Fuzzcas é uma banda do Rio de Janeiro. Conheci o som deles em uma das minhas garimpadas pelo MySpace atrás de bandas legais. Costumo fazer isso de vez em quando. Acho interessante estar antenado com o cenário do rock, seja mainstream ou underground. E a verdade é que cedo ou tarde sempre encontramos algum som bom que nem sabíamos que estava rolando. Foi o caso com essa banda que está na pista desde meados de 2005 e eu, de bobeira, não conhecia ainda.
Autodefinindo-se como a banda que faz “rock com estampas de bolinhas”, a banda Fuzzcas traz de volta para os palcos a influência dos anos 20, 50 e 60. E isso não só no som, mas no visual também, completamente vintage. Esse aspecto da banda, de cara, me chamou a atenção. Bastante inovador! Ainda desconfiado, dei play na música para ouvir e tirar a prova dos trinta: deparei-me com a música Deveras. Esta traz todo o clima de baile de antigamente, de estudante dos anos 50 de filme: salão, palco baixo, pessoas próximas do palco, dançando ao bom estilo rockabilly. Traduziu o amor inocente, impresso numa balada rock dos anos dourados (lembram-se dos hits de Celly Campelo? Algo parecido. Para mim, ainda melhor). Ver uma banda atual conseguir a plasticidade de compor um som desse estilo sem ficar brega foi realmente de me deixar de queixo caído.


Resgatando o Rock


Breve post, breve apresentação, breve explicação. À partir deste domingo e durante o tempo que for possível, pretendo publicar aqui comentários sobre bandas de rock que estão na pista, que estão alimentando o bom da música... enfim, bandas que eu recomendo à todos conhecer, ouvir, curtir. 

Este domingo ainda (daqui a pouco) vou estrear falando de uma banda carioca muito legal! Domingo que vem já será outra banda e assim por diante. O nome dessa, digamos, coluna semanal é o título desse post: Resgatando o rock. O motivo do nome é autoexplicativo. Já que nosso mainstream está deixando a desejar, vamos conhecendo as bandas independentes que estão fazendo rock de verdade, rock bom, som de qualidade, como outrora tivemos nas rádios, tv e afins. 

Aguardem para acompanhar Resgatando o Rock







sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Nevermind: o grunge veste pop



Era 24 de Setembro de 1991. Chegava às rádios, lojas e afins, o álbum Nevermind do Nirvana. E foi um dos maiores discos de rock da história. Nevermind estourou em número de vendas e consagrou, juntamente com Ten, do Pearl Jam, o espaço do grunge no cenário musical. Não havia mais nada a se provar: o grunge era o mainstream do momento e o Nirvana era o seu rei absoluto.

Em 1992, torna-se o disco número 1 da lista da Billboard e derruba Dangerous de Michael Jackson, até então, imbatível no seu reinado, colocando o Nirvana como a melhor banda do momento. Seus shows lotavam e o seu hit, Smells like teen spirit, tocava a toda hora nas rádios e na tv (clipe). A bandinha com som tosco e que muitas gravadoras e produtores renegaram, agora, era a sensação do rock. E assim, o punk, que se tornou grunge, agora transitava no ambiente pop. 

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Conexões esquisitas


Apenas uma observação de cotidiano: passei por um lugar chamado a "Sapataria da Pizza". Não sei se todo mundo pensaria o mesmo, mas dificilmente me convenceria de ter uma boa pizza, à primeira vista. De repente até tem ótimas pizzas e eu perdi a oportunidade.

The Who (Foto: Last FM)
De qualquer forma, chamou a atenção para nomes estranhos. De onde surge um nome desses? Mergulhando no mundo da música, achei uma série de coisas tão esquisitas quanto (e curiosas também). The Who, por exemplo, reza a lenda, escolheu o nome "no cansaço". Numa reunião de brainstorm para decidir o nome, de tanto ouvirem idéias e mais idéias (ruins), algum deles, já sem conseguir prestar atenção em mais nada perguntou, após não entender a última sugestão: "Os quem?"; e assim, então, teria surgido o nome da banda. Aqui no Brasil, história parecida aconteceu com o Ultraje a Rigor. O próprio Roger contou que a banda tentava um nome, mas não sabia qual. Só queria que fosse algo irreverente e pensaram em Ultraje (somente). Não soou muito confortável e, no meio da discussão, chega o Scandurra (na época guitarrista deles) e eles perguntam: "O que você acha de Ultraje?"; entendendo errado a pergunta, ele responde: "Um traje? Que traje? Um traje a rigor?". E foi genial. Houve o caso da Bidê ou Balde, também, que não sabiam qual dos dois nomes era melhor; na dúvida, botaram os dois mesmo. Não tão genial, mas, foi engraçado. Ok. Não. Deixa para lá.


Roger, Ultraje a Rigor. (Foto: blog Blablablá)
Voltando aos nomes estranhos, agora no mundo underground do rock, seguem alguns: Abismo Solar, Barulho S/A, 37 Não é Febre, Costeletas de Fogo, Pastel de Miolos... e por aí vai. Estes eu nem me atrevo a questionar a origem. Tem coisas que é melhor não saber.

Isso tudo, essa conexão toda, por causa de uma pizzaria... ou sapataria... sei lá. Dessa vez vou encerrando por aqui, com menos palavras. Era para ser só um devaneio breve, mas uma coisa sempre acaba se conectando com outra. Com mais tempo, de repente, eu me aprofundo mais nisso. Veremos.

É só.


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Memórias e música



Sabe quando você acorda com uma música na cabeça? Normalmente, comigo, ela me acompanha pelo resto do dia. Hoje, em exceção ao de costume, não fiquei aborrecido com isso. Ao contrário, bateu uma saudade! E percebi o quanto depositamos nossas memórias em trilhas sonoras. Somos capazes de resgatar a mais remota lembrança - aquela que já estava beirando o esquecimento - apenas em ouvir um trecho de uma música que tocava na época do acontecimento em questão. Em diversos álbuns antigos de música, às vezes, o seu encarte é como um livro que conta a nossa história.

Bom, a trilha sonora de hoje, a qual foi o motivo desse post, chama-se "Stand by me", música de Ben E. King, juntamente com Jerry Leiber e Mike Stoller. Essa música foi eleita uma das canções do século e já teve mais de 500 regravações. Particularmente, gosto muito da versão de John Lennon. Sua letra tem todo o romantismo exagerado dos anos 60, toda a intensidade que suas palavras podem expressar e que, infelizmente, não se vê mais com tanta frequência hoje em dia. É simples, é objetiva, é intensa, é leve, é ilustrada, é coisa de amor de filme... que é o verdadeiro amor, daqueles que todos sentem, mas muitos têm vergonha de admitir. Não sei em que momento, decidiram que sentimentalismo era fraqueza, mas tudo bem.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dos outros e nós


Poucas coisas me impressionam tanto quanto a atitude robótica que a sociedade aprendeu a desenvolver. Na verdade, pior do que isso, instituiu postura obrigatória na relação interpessoal, ao menos, com estranhos. E muitas vezes estamos no "piloto automático" e não percebemos.

Parênteses: o "piloto automático" é aquele momento em que estamos pura e simplesmente executando ações, sem raciocinar sobre o que está sendo feito, sem refletir, sem formar opinião... nada! 


E foi o VMB 2010



Acabou a premiação do VMB 2010. Olha, eu prometi que guardaria as farpas, mas não sei se vou conseguir... enfim, vamos lá. 
Talvez seja melhor começar falando do que houve de bom. Não assisti os últimos VMB's, então, não sei desde quando o formato mudou, mas achei legal o clima da festa. Na verdade, posso dizer que o grande barato desta edição foram as performances dos apresentadores. Os comediantes que estão em alta hoje em dia têm se mostrado artistas fantásticos. Por eles, valeu a pena assistir. Nossa premiação é bem menos glamourizada do que a versão americana, o VMA, e admito que isso me agrada. É mais descontraída, mais a cara do Brasil e acho bem mais a ver com estilo rock.

(Foto: Dynamite Online. Jukebox)


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

VMA: o ontem e o hoje

Estava assistindo o VMA 2010 na TV e não pude evitar a onda de nostalgia que bateu. Eu tinha dito a mim mesmo que não assistiria essa premiação porque sabia que isso me forçar a pensar no cenário musical de hoje em dia e que, sinceramente, não me sinto com muita afinidade. Bom, contrariando o certo, não resisti e lá estava eu acompanhando a premiação de novo. Logo de cara, encarei o show de Eminem. Ok. Não vou falar mal. O cara é bom no que se propõe a fazer, embora não seja do meu gosto. Em meio aos shows, que basicamente foram dominados pela turma do Hip Hop e R&B, saíram as premiações. Achei bastante previsível, mas não injusto. Na verdade, normalmente os prêmios votados são previsíveis mesmo.

Lady Gaga foi a grande vencedora com 8 prêmios, incluindo o principal da premiação que foi o de “Clipe do ano”. Acho merecido, ela é realmente uma excelente artista, canta bem, é original e, se dizem que é sucessora da Madonna, vou falar uma coisa: para mim, a Lady Gaga é mais artista do que a Madonna. Uma vez tuitei isso e quase fui espancado virtualmente, mas juro que acho isso mesmo. E olha que eu costumo ser conservador com minhas opiniões musicais!

E assim começa...

(Foto: Getty Images)
Algumas coisas são feitas para ficar no papel. Outras gritam para sair dele. Havia um tempo, precisava de um espaço para escrever, divulgar idéias, opiniões, e acho que agora, finalmente, consegui achar esse espaço. Bem-vindos ao Out of the Box, bem-vindos ao meu blog, bem-vindos ao mundo sob o ponto de vista de um sonhador, um realista, um músico, um mundano, um equilibrado, um maluco... enfim, sob o ponto de vista deste que aqui escreve.

Out of the box é lugar para se falar de música, de cinema, de arte em geral, e de como tudo isso se relaciona com o nosso cotidiano, com a nossa forma de pensar. O que penso disso tudo? Como isso interfere no meu dia-a-dia? E no seu? Qual a sua verdadeira opinião sobre as coisas? A sua, não aquela que nos vem pronta.

Demorou, mas consegui uma maneira legal de expor meu ponto de vista sobre os mais variados assuntos (e o que der na telha também), de interagir com as pessoas que se interessam por todas essas maluquices também.

Obrigado às pessoas que me apoiaram nessa idéia! Obrigado à  minha esposa, que idealizou isso junto comigo e que, de fato, viabilizou esse blog para mim!
Mais uma vez, então, bem-vindos ao Out of the Box! Acompanhem que vem coisa boa por aí!

Valeu!