Era 24 de Setembro de 1991. Chegava às rádios, lojas e afins, o álbum Nevermind do Nirvana. E foi um dos maiores discos de rock da história. Nevermind estourou em número de vendas e consagrou, juntamente com Ten, do Pearl Jam, o espaço do grunge no cenário musical. Não havia mais nada a se provar: o grunge era o mainstream do momento e o Nirvana era o seu rei absoluto.
Em 1992, torna-se o disco número 1 da lista da Billboard e derruba Dangerous de Michael Jackson, até então, imbatível no seu reinado, colocando o Nirvana como a melhor banda do momento. Seus shows lotavam e o seu hit, Smells like teen spirit, tocava a toda hora nas rádios e na tv (clipe). A bandinha com som tosco e que muitas gravadoras e produtores renegaram, agora, era a sensação do rock. E assim, o punk, que se tornou grunge, agora transitava no ambiente pop.
Sei que alguns não consideram o Nirvana nada disso, e tampouco o Nevermind. Na verdade, é claro, havia outras bandas que estavam compondo o cenário grunge no momento. Havia o Soundgarden, já numa grande gravadora, o Pearl Jam, cujo álbum Ten vendeu mais do que o Nevermind em 1991, havia o Mudhoney, que muitos consideram o pai do grunge. Concordo em partes e gosto de todas essas bandas também, mas acho errado rotularem o grunge simplesmente como bandas que saíram de Seattle e redondezas. Acho que está muito mais ligado ao estilo sonoro mesmo e o Nirvana representava, sim, esse som muito bem. Era tosco, simples, mas extremamente carregado de emoção. As distorções e gritos gravados traduziam a emoção de suas músicas de uma forma como poucas vezes vi em outra banda. E, para focar no Nevermind, o disco estava, como costumamos chamar, redondo:
1. Smells Like Teen Spirit
2. In Bloom
3. Come as You Are
4. Breed
5. Lithium
6. Polly
7. Territorial Pissings
8. Drain You
9. Lounge Act
10. Stay Away
11. On a Plain
12. Something In The Way
Smells like teen spirit foi o grande hit do disco e da banda, a ponto de tocarem tanto que o próprio Kurt já ficava contrariado de ter que repeti-la nos shows. Esse hit foi exaurido na MTV e nas rádios. Mas convenhamos: que diabos era aquele riff??? Foi a fórmula perfeita para cativar o público, ávido por um rock forte, expressivo. Acho que pela mídia, as grandes músicas de Nevermind foram Smells like teen spirit, Lithium e Come as you are, talvez. Posso estar enganado; não estou munido de estatísticas disso. Bom, confesso que, embora eu goste do disco todo, tenho em Lounge Act, Something in the way e Polly as minhas favoritas. Vejo nelas as traduções mais próximas da inquietação e instabilidade de Kurt.
Lounge Act usa a fórmula que parece ter sido a mais adotada por Kurt, a alternância entre ritmo leve (eu disse leve, não lento) e pesado. A introdução e o encerramento dela são os seus ápices. Além disso, a letra da música, que nem considero exatamente um forte de Kurt, é bem boa.
Something in the way foge do peso em ritmo, mas ganha uma carga na letra e o fato de
ser lenta combina com o drama exagerado que Kurt imprimiu nesta música. O cantar beirando o sussurro nos versos criou toda a "alma da música".
Polly é aquela música com uma letra beirando o doentio, trazendo a atitude rebelde disfarçada numa história trágica e seu ritmo é linear, embora peça o tempo inteiro para ceder ao peso da distorção. Em shows, Kurt, não raro, a tocava incluindo peso no último verso e acelerando seu ritmo no final da música. Particularmente, prefiro a versão original e, ainda mais, a de estúdio do que o unplugged. Acho que a versão do Nevermind valoriza mais o solo de baixo do Krist e é mais crua também, o que, na maioria das vezes, me agrada.
Foi há 19 anos atrás, mas continua vendendo, continua influenciando, continua no meu playlist em casa. Para mim, definitivamente, um dos melhores discos de rock e, sem dúvida, o melhor disco do Nirvana, muito embora eu considere o In Utero um disco ótimo também.
Peço desculpas se fui superficial; gostaria de falar muito mais e contar várias curiosidades do disco, mas estou postando em uma brecha do dia; só mesmo porque não poderia ignorar esta data. Aos fãs do Nirvana, inspirem-se e ouçam Nevermind hoje. Bateu a vontade agora.
Salve Nirvana, salve o grunge, salve o rock...
Muito bom saber que depois de tanto tempo, ainda ouço falar do NIRVANA com tanto esplendor, ótima resenha, e que saudade do bom e velho grunge. Abraço.
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