Acabou a premiação do VMB 2010. Olha, eu prometi que guardaria as farpas, mas não sei se vou conseguir... enfim, vamos lá.
Talvez seja melhor começar falando do que houve de bom. Não assisti os últimos VMB's, então, não sei desde quando o formato mudou, mas achei legal o clima da festa. Na verdade, posso dizer que o grande barato desta edição foram as performances dos apresentadores. Os comediantes que estão em alta hoje em dia têm se mostrado artistas fantásticos. Por eles, valeu a pena assistir. Nossa premiação é bem menos glamourizada do que a versão americana, o VMA, e admito que isso me agrada. É mais descontraída, mais a cara do Brasil e acho bem mais a ver com estilo rock.
(Foto: Dynamite Online. Jukebox) |
Bem, fora apreciar os apresentadores muito bem escalados, dois momentos eu rolei de rir (satisfatoriamente):
1º - Durante um dos shows, onde estavam nossas bandas coloridas cantando algo que dificilmente se diferenciava entre rock e sertanejo (ops... eu disse que não soltaria farpas). Refazendo: num dos shows das bandas happy(?) rock, a câmera focou na cara do Miranda (o Carlos Miranda, ex-jurado do programa Ídolos): uma clássica cara de "what a fuck...". Muito bom!
2º - A premiação do Felipe Neto, vencedor como webstar, onde ao agradecer falou que o fazia à sua família e, em óbvia ironia ao Restart, disse: "Família de verdade, pai, mãe, irmão!". Falando nisso, merecido prêmio. O garoto é inteligente, tem atitude. Merecido prêmio.
Para não dizer que não gostei de premiação nenhuma, o prêmio de rock para Pitty, frente aos indicados, achei legal. O trabalho dela é bom, ela tem atitude. Pode não ser o primor de qualidade, mas ela é rock e está fazendo sua história.
O momento em que beirei a loucura foi quando me peguei quase torcendo para a Sandy, na categoria artista do ano. Não por ser fã (o que não sou), mas porque as indicações estavam terríveis. No fim, como já era esperado, ganhou a banda Restart. Se posso falar algo de bom, a postura deles foi bacana. Absorveram bem as vaias e até mesmo a crítica do Felipe Neto e responderam à altura, sem comprar briga com ninguém. Atitude politicamente correta como é a das bandas que encabeçam o cenário pop-rock brasileiro de hoje. Sem personalidade, sem sal, mas ao menos, com educação. Ok.
É isso. Era realmente o ano do happy rock. Não seria diferente. O bom dessa onda de sucesso pela internet é que a velocidade dos modismos musicais está muito, muito mais rápida. E isso significa que os estilos surgem e saem de cena rapidamente. As bandas surgem nos holofotes, montam o seu público, e os leva para fora das luzes. Aí surgem outras e tal e tal. O bom: tem espaço para mais pessoas. O ruim: banaliza o estilo musical; impede da banda construir uma história sólida; incentiva os aspirantes a cantar músicas sem conteúdo e focar só na imagem e em algo para chamar atenção.
Por sinal, a falta de conteúdo nos rocks nacionais é algo que muito me incomoda. Mesmo quando se falava de assuntos banais, a construção lírica era artística, ao menos. Não sei se estou velho, mas não consigo enxergar isso hoje em dia. É uma pena.
Na época da geração 90, éramos adolescentes ouvindo rock, mas quem cantava para nós, quem formava nossa opinião musical não eram adolescentes. Eram adultos, ainda que jovens. E ainda que alguns fossem estúpidos, algo a mais a passar tinham. Hoje entregamos o rock nas mãos dos teens. Eu não tenho nada contra terem o seu espaço. De jeito nenhum. Eu conheci colegas na escola que montavam banda. Nada contra. Só não acho muito coerente que eles sejam os "cabeças" do rock. Estranho, não? Sei lá. Acho que estou ficando velho. Será? Ah, vamos lá: por exemplo, Renato Russo e Pe Lanza: ídolo dos anos 90 e dos anos 10. São igualmente talentosos?? Paro por aqui.
(Foto: blog Franci 23) |
VMB 2010. Parabéns, Pitty, Felipe Neto! Prêmios merecidos. Parabéns, MV Bill! Merecido também. Parabéns, Restart, pelas 5 premiações. Boa postura. Vocês são simpáticos, parecem boas pessoas. Desculpa qualquer coisa. Lembrem-se que este blog é apenas a minha opinião pessoal sobre os assuntos que trato. Valeu! Próximo post vamos andar por outros planos, outros aspectos, outras realidades.
E assim, me vou.
E assim, me vou.
Concordo com tudo... e até me assusta essa nova tendência. Gostaria de saber se os adolescentes de hoje ouvem outra coisa... se espelham em algo mais...
ResponderExcluirQue diabos é Pé Lanza???? Eu hein!!!
ResponderExcluirAdoro o jeito que você escreve Leo!
bjinho
Kel