sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Parênteses: a expressão, o erro e as opiniões na música


Algumas coisas são feitas em moldes, outras não. Não consigo aceitar algumas pessoas que vejo por aí tentando conceituar certo e errado para expressão artística. Acho até que pode haver bom ou mau gosto, porque isso é muito de opinião; porém, certo e errado, embora seja opinião também, me soa como tentativa de universalizar uma regra. E isso é que me tira do sério!

Não vou entrar no mérito de relatividade e absolutismo porque não é o objetivo deste texto, mas sim elucidar que existem várias formas de expressar arte e nem sempre isso agrada a todos. E nem sempre isso indica que o artista seja bom ou ruim. Eu particularmente não sei explicar qual estilo expressivo me chama mais a atenção.

Kurt Cobain, Nirvana
Axl Rose, Guns and Roses
Vamos comparar 2 bandas que chegaram a ser contemporâneas: Guns e Nirvana. O Axl era aquela “espoleta” no palco; fazia caras e bocas, corria sem parar e levava os fãs à loucura na hora do show. Kurt, ao contrário, posicionava-se, em geral, no canto do palco (não no canto, exatamente, mas não ficava no centro); ficava grande parte do show parado (ou ao menos sem grandes agitados) basicamente se movimentando para fazer maluquices do tipo quebrar os instrumentos, cair no chão na hora do solo... coisas do tipo. Que, sim, é algo que mobiliza o público, mas mesmo parado, fazia todos pularem! Sua expressão, para mim, estava no rosto, no olhar, nos gritos, na energia. 

Bem, se as duas bandas foram consagradas tendo (bem) diferentes formas de expressão artística, por que diabos (e este é o motivo do post) a crítica decidiu massacrar o Kings of Leon por sua apresentação no SWU?? Li coisas absurdas como “são inexpressivos” “apáticos”... detonaram os caras! Minha opinião: as pessoas não conhecem o repertório deles a ponto de se identificar com a banda e aí qualquer apresentação sem agitos teatrais causa o “efeito apatia”.


Caleb Followill (Foto: Getty Images)
É uma pena, pois vejo no Kings of Leon uma banda que apareceu com uma forma despojada de cantar, com personalidade, sem entrar nos moldes vocais do senso comum... não é daqueles que você ouve uma música e fica na dúvida entre 2 ou 3 bandas porque são parecidas em estilo ou até mesmo voz. Caleb Followill, o vocalista, tem uma voz completamente fora do padrão e, mesmo assim, combina com o estilo da banda. Apoio o Kings of Leon, curto suas músicas e sua forma de expressão e acredito que foram mal interpretados na ocasião.

Vamos distinguir o que é um som de qualidade ruim do que é uma particularidade de show. Não sou a favor de passar a mão na cabeça de banda ruim, não, mas não creio que foi o caso. E é isso.

Bom fim de semana a todos!


Um comentário:

  1. Concordo com você!!! Acho talvez que esses críticos não estejam preparados para o estilo da banda, talvez até bitolados pelos "moldes"... O que me encanta no KOL é justamente o sair do "senso comum".

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