segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Do looping dos desejos (e seu erro)



(Foto: Getty Images)

Se tem uma característica que é inata do ser humano é o eterno querer. As vontades, os desejos, os anseios. Estamos sempre querendo alguma coisa nova. Às vezes, queremos tanto e quando conseguimos, não nos interessa mais. Às vezes queremos uma mesma coisa diversas vezes durante a vida. Estranho, não?

Particularmente, gosto do querer e acho uma das coisas mais motivadoras que podemos ter. É um excelente combustível. Imagino o quão chato seria a minha vida se em um determinado momento eu visse que nada mais teria a conquistar! E ao mesmo tempo, como eu queria já ter conquistado tudo aquilo que anseio hoje! Talvez outra característica inerente do ser humano seja a contradição emocional. E é no momento em que essas duas características se juntam, que se forma o looping dos desejos.

O looping que estou chamando pode ser ilustrado. Vamos lá: adolescência: formação de personalidade e idéias; confronto ideológico com os pais... o que desejamos: ser logo adultos. Adultos: começo de vida, administrar o pouco dinheiro... qual o novo desejo? Estar na fase mais madura, estável. E depois disso tudo, quando chega esse momento que tanto queríamos quando jovens não há nada que desejemos mais do que... voltar a ser jovem, época em que não havia problemas financeiros, não havia responsabilidades complexas, etc, etc, etc.

É importante manter as vontades vivas sempre. É importante ter o que querer. Isso é sinal de que há otimismo. Esperança. Vida. Para evitar o looping, então, só há uma maneira, uma tentativa: aproveitar todos os momentos. Curtir cada segundo do desejo e do que está fazendo para conseguir vencer. Carpe Diem foi um grande conceito criado. E, particularmente de novo, vejo-me concordando com Jim Morrison diversas vezes: “acredito no excesso”.

Para quem se assustou, o excesso só é ruim se o seu objeto o for. Caso contrário, quem não quer excesso de coisas boas?

Bom feriado a todos!  

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