sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Das mentiras de espelho


(Foto: Getty Images)

Encerrando o assunto dos comportamentos mentirosos, conforme prometido, falarei hoje da pior das mentiras: a interna, aquela que fazemos para nós mesmos. Se não leu os posts anteriores sobre as mentiras, clique para ler Das mentiras coletivas e Das mentiras individuais.

A mentira que contamos para nós mesmos é muito parecida com a individual. É do mesmo teor, só que ao invés de direcionarmos a alguém, o alvo somos nós. Por que ela é a pior? Porque acima de todas as outras, esta pode definir a nossa vida. Esta pode fazer com que sejamos livres ou escravos do nosso próprio pensamento. Na verdade, eu posso dizer que a mentira coletiva pode ser independente da individual, mas a interna é motivada pelas duas.

Imagine a situação: você quer um objetivo “A”, que está longe do seu alcance. As mentiras coletivas vão imediatamente cochichar que isso não é possível, pautada numa lógica racional mentirosa, como sempre. Neste momento, você pode acreditar ou teimar e seguir sua vontade. Se simplesmente acreditar, você continuará desejando “A”, mas resignado de que não o conseguirá. Isso é ruim, mas o pior dos cenários é justamente quando a mentira de espelho entra em cena: você mente para si mesmo que não precisa alcançar “A”, que isso não tem tanta importância para você. MENTIRA!

Como que um agravante, um adendo venenoso, a mentira interna (por sinal, mentira de espelho ou interna é a mesma coisa; só para deixar claro) entra em cena para reforçar todos os conceitos da mentira coletiva na nossa cabeça e vira a arte final para a completa robotização da nossa consciência. Se você quiser acreditar nas mentiras que te falam, tudo bem, mas admita que você pensa diferente e não tem forças para agir como quer. Isso é horrível, mas é menos mal do que você começar a mentir para si mesmo de que concorda com o que te falam! Isso é desleal com a sua alma!

Tem uma linha (maluca) da psicologia que fala que você pode se convencer de “Y” ou “Z” se ficar falando para si que quer isso. De repente pode dar certo. Eu acredito na força do pensamento, mas não vamos distorcer isso para o fato de que precisamos nos convencer de algo em que não acreditamos. Isso é ridículo, é fraco, é podre! O ideal dos mundos é você criar os seus conceitos, as suas verdades, os seus sonhos e persegui-los. Se isso não for possível por algum motivo que você enxergue (eu disse, você e não os outros por você), saiba ao menos ser sincero consigo e não invente uma mentira para “passar a mão na sua própria cabeça”. Isso não vai te fazer crescer e só alimentará seu sentimento de frustração.

Sei que é fácil falar, mas a idéia não é tirar onda de entendido, não é inferiorizar ninguém, não é ensinar ninguém, mas apenas alertar para um aspecto da vida que muitas vezes não percebemos, embora estejamos enterrados nele até o pescoço. Eu demorei muito tempo para compreender tudo isso e acho importante debater esses assuntos. O que isso tem a ver com arte? Tudo o que mexe com a alma o faz. Mente sã e alma limpa criam arte muito melhor! Vou encerrar com um vídeo amador de um show dos Titãs feito em Mogi das Cruzes, 2008.

Sentir, pensar, acreditar, falar... a verdade!


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