domingo, 9 de outubro de 2011

Rock in Rio: 3º dia – o estouro


James Hetfield, Metallica (Foto: blog Garota Enxaqueca)

25 de Setembro. A brincadeira tinha acabado. Era hora do Rock tomar conta da Cidade do Rock e honrar o seu nome. Este foi o chamado dia do metal. O dia em que ambos os palcos, Mundo e Sunset, foram dominados por heavy metal e a linha punk rock. Falando honestamente, é sabido pela maioria, que eu não sou fã desse gênero; esperava um dia pesado, com um clima de underground forçado, mas admito que me surpreendi em todos os aspectos. O público, sim, estava estereotipado de punk e afins, mas não havia o menor clima de “modinha rock” lá. Ao contrário, eram fãs de fato que estavam entrando na Cidade do Rock naquele dia. Eram tribos do rock dominando a cidade. Visto do alto, como foi transmitido via TV, era um mar preto de gente tomando conta do lugar (nem em enterro se vê tanta gente vestindo preto ao mesmo tempo). E tudo isso anunciava: aquele lugar iria incendiar!

Somente que a banda escolhida para abrir o show, no Palco Mundo, não foi uma boa opção. Gloria não tinha o espírito heavy metal e mais parecia um NX Zero, um Hori, tentando fazer metal. Pelo visto, não foi só opinião minha, de crítico chato, não. Eles realmente foram vaiados no palco. O outro palco, o Sunset, tinha acabado de encerrar com uma sequência excelente de encerramento: Angra e, em seguida, Sepultura, que foi um dos shows mais acessados pela internet, diga-se de passagem. Transmissão ao vivo rolando na internet e um mundo de gente assistindo. Para quem gosta, foi realmente, um ótimo show! E aí, com todo o gás possível, o público vai ao palco Mundo para continuar o clima e encontra... Gloria, em uma performance que deixou muito a desejar.

Claudio Sanchez, Coheed and Cambria (Foto: SL Revista Eletrônica)
Se isso foi ruim, serviu para que o Coheed and Cambria subisse ao palco com força total e ganhasse um destaque, talvez, maior do que seria de fato. E daí para frente nada mais estragou aquela noite. A faísca que o Coheed acendeu foi muito bem seguida pelo Motorhead, que eu achava que seria um dos melhores shows da noite. Não por falta de talento, porque foi ótimo, mas o que veria a seguir entraria para a história do Rock in Rio... pelo menos dessa edição. Slipknot estava pronto para virar a Cidade do Rock de cabeça para baixo. Eu não sei até onde eles estavam sendo aguardados, mas para mim, que nunca simpatizei muito com o estilo deles, foi a grande surpresa da noite. Eles conseguiram dominar o público completamente e, mesmo falando unicamente em inglês (tem bandas que tentam falar alguma coisa em português para ganhar simpatia) todo mundo estava em sintonia com a banda e fez exatamente o que ela queria. Houve uma cena em que o vocalista mandou todos se abaixarem para depois, então, pularem... aquilo foi incrível! Em forma de texto aqui, não parece, mas tentem assistir isso na TV ou internet e saberão do que falo. Outra cena: um deles (eu não sei exatamente quem) se jogou na platéia durante a música Duality! Isso ganhou o público totalmente que, quando acharam que tinha acabado, a tão comentada cena do baterista que girou 90º no ar, tocando bateria, terminou de deixar as pessoas extasiadas!

Slipknot (Foto: blog Garota Enxaqueca)
Com essa despedida, entrava em cena a grande atração da noite: Metallica. Eles demoraram um pouco a se sintonizar com o público porque James Hetfield, o vocalista e guitarrista, foi se comunicando bem aos poucos com as pessoas. Lá para um quarto do show, eu diria, ele já tinha, enfim, criado um link com as pessoas. Mas até lá, claro, o show já estava fenomenal porque suas músicas estavam na cabeça dos fãs. Era uma banda clássica que estava tocando ali. Era uma onda nostálgica de metal acontecendo. Como sempre, abusando de pirotecnia (piro mesmo, aquelas rajadas de fogo que o Metallica normalmente usa), o setlist do Metallica não dava margens a reclamação. Aliás, tenho só uma: eles deixaram Unforgiven de fora, uma das minhas favoritas. Por outro lado, quase no final, tocaram a clássica Enter Sadman, que abriu portas para o bizz deles.

Foi um grande show, mas não há como dar o reinado do dia para o Metallica, porque o Slipknot foi a grande surpresa da noite! Se não fosse o Metallica, fosse outra banda um pouco menor, teria sido facilmente ofuscada pelos mascarados do metal. Pedindo licença ao Metallica, é com Surfacing (a música onde ocorre a cena da bateria) de Slipknot que encerro este post.

Já, já tem mais! Até!




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