terça-feira, 11 de outubro de 2011

Rock in Rio: 5º dia – a arma pop


Shakira, a última artista a se apresentar no Palco Mundo, dia 30/09

Dia 30 de Setembro. Mais um dia de mistura de estilos na Cidade do Rock, mas dessa vez, os representantes de cada um não deixariam a peteca cair... dentro do possível. E neste dia, inclusive, até no palco Sunset a mistura foi grande. Colocaram no mesmo palco Martinho da Vila, Cidade Negra, Pepeu Gomes e Emicida. Foi um dia que eu não me importei tanto de estar tão longe do Sunset, muito embora eu sempre tenha curiosidade de assistir à Cidade Negra. 

Bom, vamos ao palco Mundo: o responsável por abrir a noite de shows foi Marcelo D2. Eu até então só conhecia o show dele enquanto Planet Hemp; carreira solo, só via TV e Youtube mesmo. Eu tinha a impressão que ele agitava bastante, mas não tinha a exata noção do quanto. Ele parece espalhar “suco gummy” (lembra disso?) para as pessoas, porque o show é realmente empolgante! Um bom começo de circuito! Jota Quest veio a seguir e, acredito eu, manteve o ritmo. Eu confesso que já não curto tanto a levada deles como antigamente, mas não são ruins, não. Fazem o que se propõe e é isso.

Marcelo D2 (Foto: Portal Mariana)
Mais uma vez, a exemplo da sexta anterior (dia 23) o axé deu as caras. Só que dessa vez, não vestiu a roupa de “peixe fora d’água” como Claudia Leite fez. Ivete Sangalo, talvez sabendo que, tecnicamente, não deveria estar ali, preparou um grande show, fez o que sabe fazer de melhor: se comunicar com o público, abusou dos hits e, em nome de conquistar o seu espaço na Cidade do Rock, dominou o público e criou a “pausa para o Carnaval” no meio do Rock in Rio... sem dar espaço para ninguém colocar defeito. Não sou fã de axé, não concordo com artistas de axé num evento que deveria ser dedicado a Rock, mas sendo justo, foi um belo show. E convenhamos que ela é pop há muito tempo. Não em estilo, mas em carisma com o povo. 

Lenny Kravitz veio a seguir. Eu acho a banda dele ótima, o som é tecnicamente perfeito. A voz dele é admirável... mas falta algo. Fui a um show dele há algum tempo e me decepcionei pela falta de calor; julguei que talvez ele estivesse em um dia (ou fase) ruim. Depois desse show, vi que o estilo dele é esse mesmo. O show é meio “gelado”, embora o som seja ótimo. E como todo cantor tem espaço para ter fãs, era possível ouvir um coro cantando todas as suas músicas, embora tenha dado uma esfriada no “pique” da galera. Tal qual falei do Jota Quest, falo do Lenny (guardadas as devidas proporções): nem bom, nem ruim; simplesmente, Lenny.

Lenny Kravitz (Foto: Cartola Mágica)
Shakira teve o papel de ser a estrela da noite. Foi mais uma, tal qual Marcelo D2, que eu sabia que o show era de boa qualidade, mas não tinha noção do quanto. Ela estava sendo aguardada demais para decepcionar... e não o fez. Shakira tem a justa medida de ser performática e usar de improvisos e naturalidade ao mesmo tempo. Se esse aspecto faltou em Katy Perry, por exemplo, em Shakira, transbordou. Houve espaço para tudo: alegria, molecagem, sensualidade, drama... arte. Houve participação especial de Ivete, em momento de clímax do show, e tudo pareceu correr perfeitamente. Foi um bom encerramento, e se a noite não foi perfeita, encerrou no momento de “alta”. 

Esse dia tinha tudo para ser mais ou menos, tamanha a mistura de estilos feita, mas os artistas para este dia foram muito bem escolhidos. Excelentes ou lineares, todos foram muito seguros em seu papel artístico. O suficiente para manter a situação sob controle e afastar um fiasco. Momento(s) legal(is) do dia: o início (D2) e o fim (Shakira). Aspecto bom: não ter tido um show ruim em si. Amanhã, então, comentários do penúltimo dia do evento

Até lá!



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