Já critiquei a conduta do Reveillon, já desejei boas festas, já curti o momento da virada... tudo isso já foi tema de “papo” aqui no blog. A verdade é que gosto de fazer esses posts de fim de ano. Acho interessante aproveitar o momento, a crista da onda, para emitir boas energias. O importante ter a consciência do momento, das suas ilusões e suas oportunidades. O seu bom e o seu mal. O seu real e a sua mentira.
Lembram da foto que pedi para tirarem no Natal? Pois bem, não posso desejar outra coisa, senão, que repitam essa foto no Reveillon. Particularmente, gosto mais do Reveillon do que todas as outras festas, como já falei aqui no blog anteriormente, mas não há como negar que a energia de mudanças, de novo ciclo, é muito mais forte na virada do ano. Pergunto-me se o inventor do primeiro calendário, por mais rústico que tenha sido, imaginou o tamanho do mito que se criaria em torno disso. A verdade é que a consciência coletiva tem poder e toda essa sensação é uma vibração coletiva que cria. Todos na mesma vibe. Ou talvez sejam os astros e eu esteja completamente enganado. Pode ser também.
Seja qual for sua crença, sua razão, sua necessidade, curta a virada do ano e aproveite para externar o melhor de você nesse dia! E use a técnica da foto de novo! Vamos desejar o melhor! De repente, se todo mundo desejar isso, criamos uma nova vibe e poderemos ter mais coisas boas acontecendo na vida das pessoas!
Devaneios à parte, um bom Reveillon a todos! Os posts retornam em 2013 aqui no Out of the Box porque sempre haverá o que se falar quando estamos no universo da música e das reflexões!
E o mundo não acabou. E agora? Agora é Natal! Ele sobreviveu aos profetas maias! Coitados dos Maias. Condenados a profetas do apocalipse só porque decidiram acabar o calendário em 2012. O calendário, não o mundo. E quem disse que o calendário deles acabava em 2012?
Bom, passado o tumulto, e agora com o discurso dos astrólogos que isso não era o fim do mundo, era o fim de um ciclo universal e tal (estou brincando, isso pode até ser), continuamos com as nossas vidas. E nossos rituais. E nossas datas. O Natal é sempre a mesma coisa, não é? As propagandas de Panettone, da Coca-Cola, da prefeitura, das emissoras de TV... a família sentada à mesa. A ceia.
Eu desejo isso tudo! Só que desejo outras coisas também: tirem uma foto do melhor momento do Natal. O melhor. Guardem essa foto como um símbolo do que precisamos despertar em nós mesmos todos os dias. E que tenhamos todos uma boa ceia! Um bom Natal! Uma bela e divertida noite!
Segundo post da sessão de ‘Balanços” do ano. Neste vou falar sobre o que o ano de 2012 deixa para as pessoas em questões comportamentais, cotidianas, e até loucas, ao melhor olhar de um adepto da filosofia de botequim! É certo que 2012 é um ano envolto em mitos e expectativas. Esse tal desse calendário Maia complicou a cabeça de algumas pessoas... e alimentou a máquina publicitária dos oportunistas de migalhas, aqueles loucos por tirar qualquer vantagem de qualquer coisa! Enfim, como me disse um ex-colega de trabalho que respeito muito: “não há pessoa no mundo que não adore uma história”.
Tirando os óculos de juiz da mídia, eu também gosto de uma história e acho todo mito (e não mentira) válido, embora minha razão se recuse veementemente em crer neles. Pelo sim, pelo não, entro no clima e aguardo o fim do mundo hoje tão tenso quanto acordar em seu primeiro dia de férias (muito tenso, não?). Enquanto ele não vem, penso em outro aspecto do ano. Mais. Da época. Olhando para trás, o que percebo dessa época é uma velocidade de informação nunca antes vista. Isso certamente está influenciando no nosso modo de pensar. A obsolescência nunca foi tão próxima da novidade! Só que as pessoas estão recebendo informações demais e nem todos estão sabendo filtrar o que interessa. O resultado: não aproveitam nada. Quem sabe fazer isso, está conhecendo projeções meteóricas e, paralelo ao sucesso, um desafio de criatividade igualmente poderoso!
Creio que nunca estivemos em uma época tão focada nas ideias e nas novidades. Só que imagine uma pessoa cheia de imagens virtuais em sua volta. É. Estamos enxergando uma enxurrada de ofertas virtuais que tomam nosso espaço e tapam a nossa visão para as outras pessoas. Os movimentos culturais e sociais ganham um poder enorme nas mídias sociais, mas são um completo deserto no mundo real. Nas ruas. Nas praças. Nas conversas. Na mesa de bar. E, por isso, tão ineficientes. A sociedade ainda é feita de pessoas. Ainda. E nunca estivemos tão individualistas. E egoístas. E sozinhos.
Estou falando de muita coisa diferente? É isso mesmo. É isso que 2012 nos deixa. Um mundo onde é tudo agora, junto, ao mesmo tempo. E quem souber administrar o tempo melhor, viverá melhor. Ganhar dinheiro fica um pouco mais fácil (não estou sendo hipócrita; olhe quantas pessoas enriqueceram nos últimos anos e compare com os anos 90 para trás); mas o mais valioso não é mais o dinheiro. É o tempo.
Para as pessoas desprivilegiadas, os problemas não mudaram. Ainda estão de braços estendidos. Para os ricos, é o que falei acima. Para os médios, um pouco dos dois. E pior, talvez. Correr atrás de dinheiro e tempo simultaneamente não é simples. Que os próximos anos nos tragam mais evolução e que com o tempo que aprenderemos a administrar possamos nos aproximar das pessoas, realizar nossos sonhos e compartilhar a felicidade com os outros... não pelo Facebook, mas de verdade!
Neste fim de ano, vou fazer duas sessões “Balanço”. Hoje começo com a sessão dedicada a música. Já falei de situações isoladas do cenário musical de hoje em dia, mas a ideia agora é dar uma olhada panorâmica do que está acontecendo até então. Afinal, qual é a herança de 2012 para o mundo da música? Para quem já conhece o blog, sabe que entro no universo da cultura pop e do rock; então, são esses campos que vou comentar.
Vou começar levando em conta um dos mais respeitados “medidores” da música, que na verdade está em total coerência com o que as rádios, TV e internet estão veiculando mesmo: A Billboard. Não sou muito chegado nas bandas cotidianas do mainstream, como já falei diversas vezes aqui, mas se o início dos anos 2000 foi turbulento, devo admitir que estou contente com as bandas que o final da década trouxe. Não digo que está ideal, genial, mas posso dizer com certa satisfação que a mundo pop tem alguns bons talentos hoje em dia. Por exemplo, estamos atravessando a “Era Adele”. Eu ando meio saturado das músicas dela, mas não tem como dizer que são ruins! Conhecemos também Lana Del Rey, que tem aspectos semelhantes a uma Adele com Lady Gaga híbridas... um som promissor também. Ainda no pop, as moças novas, Katy Perry e Carly Jepsen estão se mostrando competentes e um pouco menos fúteis do que foram Britney e Avril em suas épocas. Letras ainda bobas, mas menos vazias. No otimismo do desespero, isso não é ruim.
Brandon Flowers, The Killers. (Foto: Wyatt Boswell/RollingStone)
Fico contente de bandas mais antigas ainda conseguirem se destacar, como Coldplay e Maroon 5, que conseguem ainda estarem no topo dos rankings da Billboard. Madonna, resistente, que ainda se consagra como rainha do pop, também é legal. A Billboard anda rejeitando o rock, infelizmente. Na verdade, é o reflexo da cultura cotidiana. O rock anda sumido mesmo. Está muito mais presente no mundo underground do que esteve em outras épocas. Não que isso seja desconfortável para o rock, mas para nós, público, isso não é bom! Ainda assim, fico contente com bandas que resistem e continuam em alta como Foo Fighters e The Killers. Muse, banda inglesa de 1994 que estourou em 1999, também se mantém em alta e ainda emplaca sucessos na Billboard, representa bem o nosso saudoso rock! 2012 também encerra nos trazendo o retorno oficial do Soundgarden! O mundo estava precisando disso! É como um recado em papel amassado dizendo: “Não, o rock não morreu!”.
Ainda que existam artistas que não acho bons como Bieber (embora um dia ele possa vir a ser um grande artista), One Direction, Kesha, Taylor Swift, Ed Sheeran, Alex Clare e mais toda aquela turma do Hip Hop (tá bom, tá bom, esta foi tendenciosa, eu sei – odeio Hip Hop!), se colocar numa balança, o cenário musical está com boas promessas. Creiam, já foi pior! O início dos 2000 foi muito pior! Da turma nova, que chegou ao sucesso por agora, ouçam Lumineers. O som é meio folk, o que parece ser a nova tendência pop americana. Phillip Phillips, artista que saiu do American Idol, surpreendeu tendo talento para mais do que uma modinha (o que normalmente acontece com quem sai desses realities). Para mim, é uma grande promessa para os próximos anos. Mas de todas essas bandas novas a que mais estou dando ponto é a Fun. Foi a mais original, com som mais próprio, que apareceu. Eles são de 2008, mas estouraram em 2011. O hit deles, We are Young, foi o single mais ouvido de 2012. Essa música eles gravaram com participação de Janelle Monáe que, embora meio esquisita, tem seu mérito pelo talento vocal! Quero acreditar que essa banda ainda vai fazer boas músicas! Tomara!
Phillip Phillips (Foto: Gino DePinto, Aol)
Bom, frente a isso tudo, realmente já estive insatisfeito com as tendências musicais do mainstream, mas a invasão pop e folk que o final da década trouxe veio com algo mais do que modismo... ainda bem! Estou contente por ter algo bom a ouvir, pelo menos e curioso para saber se essas bandas vão superar minhas expectativas ou vão sucumbir aos holofotes da ilusão. Fico um pouco chateado por perceber o quanto o rock, meu estilo favorito, está perdendo espaço no gosto popular. Acho que tão cedo não virá uma Era como foi a Era Grunge dos anos 90, mas tudo bem. Contanto que as bandas continuem sobrevivendo. Aqui no Brasil o rock nunca foi tão forte, mas do jeito que anda, com bandas como Restart, Cine, Fresno, Karina Buhr (essa me dá calafrios só de falar o nome!), não dá para levar em conta. Os destaques ultimamente tem sido Rancore e Gloria. Parei para ouvi-los outro dia... arrependi-me amargamente! E nesse meio, Skank e Capital Inicial são bandas que ainda tentam sobreviver na mídia, mas já não alçam vôos tão altos hoje em dia. Tal qual a Era Grunge vai tardar a voltar, uma nova Era de Ouro como foi os anos 80 no Brasil, também está longe de retornar!
Nem tudo são flores, ok, porém, acho que no final das contas, a balança que 2012 nos deixa na música está em mais equilíbrio do que nos últimos 10 anos, por exemplo. Isso já é um bom sinal! Que continue melhorando (eu ia falar, continue assim, mas não é para tanto!) e nossos ouvidos e cultura um dia agradecerão! Desculpem a pincelada nas bandas sem aprofundar como costumeiramente faço, mas como a ideia era realmente fazer um balanço, tinha que ser só mesmo um panorama para não me estender ainda mais!
Encerro o texto, então, com um vídeo da Fun. e seu hit que tanto sucesso fez na internet e na mídia em geral! Curtam aí! Valeu!
Todo mundo, ou a maioria das pessoas, já foi a um café (bar/lanchonete). E ainda que seja um bar estilo lounge, nem todo mundo repara em quem está cantando, quando existe alguém cantando por lá. E ainda menos, que aquela pessoa pode ser o próximo astro da música. Pois, foi assim, na época da faculdade, que uma cantora americana, de voz forte, começou sua carreira. Essa cantora, que se apresentava apenas com um violão, era Tracy Chapman.
Oficialmente, sua carreira começou em 1988, quando lançou o seu primeiro álbum, chamado Tracy Chapman, embora já tivesse passado por outra gravadora menor desde 1986. Só que neste primeiro álbum estava a música que a lançou para o mundo: Fast car. Além desta, também tinha Baby can i hold you, o maior dos seus hits, em minha opinião. Não por ser a melhor, mas por ter sido a que mais ouvi nas rádios e TV. O que mais gosto em Tracy é a capacidade dela te transportar para dentro das suas músicas. Isso é uma das coisas que mais gosto na música! Além disso, ela é capaz de fazer grandes canções cantando só com violão, cantando com banda completa ou, até mesmo, somente cantando, como fez na música Behind the wall.
Admito que de início, quando ainda não sabia o nome dela, ouvia suas músicas e pensava ser um homem cantando. Sinto-me menos mal ao saber que isso era uma confusão bem comum de acontecer com outros ouvintes. Com letras sensíveis (seja fazendo crítica social ou falando introspectivamente), músicas tecnicamente simples, e uma voz única... Tracy Chapman merece o sucesso que tem por sua simplicidade que é, ao mesmo tempo, requintada em sua arte. Se é difícil ser um artista complexo, com músicas trabalhadas e bons efeitos, acredite: é ainda mais difícil ser um artista simples e reconhecido... e se destacar como dono de um talento único. Não vou convidar ninguém a ouvir Tracy Chapman porque muito dificilmente alguém já não a conhece, mas quis dedicar esse post a ela e, por tabela, a beleza e força da arte pura e simples. Da série “músicas (e músicos) que o mundo anda precisando ouvir hoje em dia”.
Paródia com Playmobil da capa de Abbey Road, Beatles. (Foto: blog Pugnacitas)
Estamos chegando ao fim do mês. Mais um. Outubro é um mês que considero especial por alguns motivos. É o mês de número 12 no ano. Não sei se já comentei por aqui, mas eu tenho uma ligação com este número (ou talvez eu creia nisso, o que dá, quase, na mesma!); além disso, claro, é o mês de aniversário da minha esposa! E, como se já não bastasse, é o mês das crianças, o que sempre me remete à infância, a admirada fase da sinceridade. Talvez pelo título do texto alguém tenha pensado que eu falaria sobre o dia do músico, mas devo alertar que isso é uma confusão típica de internet. O dia do músico é 22 de Novembro, que é uma data ligada à Santa Cecília, padroeira dos músicos.
Capa do álbum The Wall, Pink Floyd
Não postei no exato dia 12 porque preferi deixar para o final do mês mesmo, para encerrar o mês das crianças com essa homenagem ao estilo rock. Alguns artistas fazem elementos da infância estar presentes de uma forma ou de outra. Por exemplo, embora fora do rock, a Adriana Calcanhoto gravou o álbum Adriana Partimpim, onde canta músicas infantis e, quando não para crianças, sobre elas. Bom álbum, se tiver paciência para o ritmo vagaroso, e foi bem avaliado pela crítica. No rock, as crianças fizeram presença marcante em músicas de algumas bandas famosas, como por exemplo, Metallica. Quem não lembra de Enter Sandman e o “demônio” sussurrando uma oração para a criança repetir? Essa letra se tratava, na verdade, do famoso monstro do armário ou debaixo da cama, que é o pavor clássico de crianças pequenas.
Outra banda que faz uso de vocais infantis para ilustrar sua música foi o Pink Floyd no clássico Another Brick in the Wall, quando cantam um verso da música. Com letra obscura, ela critica os moldes quadrados do nosso comportamento e educação, dizendo que tudo isso tem por finalidade nos fazer ser apenas mais um tijolo na parede. No pré-refrão, a letra pede para os professores deixarem as crianças em paz (Hey, teachers/ Leave the kids alone), para que possam ter a chance de formar um comportamento diferente para uma geração futura. Nada melhor, então, do que colocar crianças cantando. Boa ideia.
Raulzito, como o Carimbador Maluco
Uma música da série “Só eu gosto” de Raul Seixas, com claros elementos remetendo à infância, é Peixuxa. Essa letra conta uma história, com características e linguagem infantis, do Boto Cor de rosa, reinventado por Raul. O interessante é que, no final da música, o Boto se revela também como Poseidon. Na verdade, o Sr. Peixuxa mistura os dois e tem um tempero de fantasia raulseixista, criando uma história bem legal. O ritmo inclui harmonias circenses para dar o ar infantil nos instrumentais e encerra, claro, com uma crítica ao descuido do ambiente por parte do homem, mas com um jeito de criança de falar: “Seu Peixuxa antigamente/ Foi chamado de Deus dos Mares/ Ainda guarda em casa um tridente/ E quando eu olho/ O mar com petróleo/ Eu rezo a Peixuxa/ Que ele fisgue essa gente”. Interessante. Há também o Carimbador Maluco (Plunct Plact Zum), canção que fala sobre uma aventura, uma típica fantasia. Foi usada, inclusive, no saudoso programa Balão Mágico, que lançou a música para o grande público.
Enfim, um brinde ao mês de Outubro e à infância! E ao rock, claro, sempre! Um bom fim de semana à todos nós!
Talvez, uma das melhores coisas em parar de vez em quando seja a reflexão do nosso cenário. A gente faz isso com o nosso meio ou simplesmente com a nossa vida. E talvez, uma das piores coisas seja parar e refletir. A constatação nem sempre é boa, mas eu, irresistivelmente, assumo esse risco... quase sempre. Para não entrar em nenhum assunto pesado (afinal, hoje é sexta-feira, não é?), eu queria apenas divagar sobre as algemas que o homem cria para si próprio.
Na verdade, essa ideia surgiu quando, anteontem, a bateria do meu celular acabou. Coisa boba, não? Talvez há uns anos. Eu não precisaria falar com ninguém até chegar em casa (o que levaria uns 15 minutos), mas não é só isso. Telefone celular só se chama telefone ainda por mera convenção. As músicas que ouço, estão nele. A lista do mercado, que eu faria no caminho, estava nele também. E eu não sabia mais o que comprar. Algumas coisas, talvez, mas certamente faltaria algo da lista. Mudemos: se faltasse luz há anos atrás na empresa onde seu pai trabalhava (se você tiver mais de 30 anos, senão, pense no seu avô), eles acenderiam uma vela, abririam a janela e, de qualquer forma improvisada, continuariam o expediente. Hoje em dia, muitas empresas param se não houver luz. Computadores, claro. E internet.
Aliás, internet, tão nova, já se instalou nas nossas vidas e, hoje, ficamos sem televisão, sem carro, sem... sem companhia, até, mas não sem internet. E lembram quando falei que os telefones celulares são chamados telefones só por convenção? Hoje, mais são usados para internet do que para falar (ao menos, falar da forma tradicional da telefonia).
Essas bobagens, que todo mundo sabe, mas não repara, são reflexões de cotidiano. Elas me fazem questionar a inteligência real do homem, pois ao passo que tão criativo é, também é o único ser que cria facilidades/alternativas para um fator e, depois, vira dependente delas. Será um apego a criações? Digo que não. Digo que é uma inerência chata que temos ao comodismo. Aquilo que nos proporcionar a possibilidade de ter coisas fáceis, comprará nossa alma. A maldita “lei do menor esforço”. Mas isso é um outro papo.
Parece que “rankear” as coisas é uma prática comum das pessoas. Na música mesmo, é tudo com base nisso. Os 10 melhores guitarristas, as 100 melhores músicas, a melhor banda de todos os tempos... e por aí vai. Eu sempre tive uma dificuldade imensa em montar rankings na música. É muita coisa boa, diferente, particular, para conseguir atingir o ponto de justiça de um critério e dizer: “esse é o melhor”. Uau! Parece forte isso! De qualquer forma, andei pensando sobre quem seria o detentor do título de melhor banda da história. Como classificar isso?
O mais comum de ouvirmos é que os Beatles são os melhores, até hoje. Eu amo os Beatles! Gosto muito de ouvir o seu som, mas nunca entendi exatamente porque eles são os melhores! Puxa vida, os melhores de toda a história?? E os outros? Elvis, Jimi, Soundgarden, Pink Floyd, Clash, Dylan... tantos astros, tanta gente boa! Bem, para criar um título desses é preciso ter um referencial, certo? E se isso for particular, qual seria o referencial para mim? Depois de muito pensar, talvez a melhor banda do mundo seja, de fato... The Cranberries! Surpreso(a)?
Capa do álbum No need to argue (Foto: The Two Timers)
Eu nunca fui tão fã deles. Minhas bandas/cantores favoritos são Nirvana e Raul Seixas, quem me conhece sabe desde sempre. Acontece que The Cranberries tem um detalhe importante e, para mim, único até hoje: não há uma música sequer deles que eu não goste! Não sei se é só comigo, mas nunca vi nenhuma banda que não tenha nenhuma música ruim! E, para mim, ainda não ouvi nenhuma música ruim deles! Claro que é minha opinião, meu gosto, mas uma banda que não tem nenhuma música ruim até hoje, bem que merece o título de melhor banda da história!
Dolores O"Riordan (Foto: Fr2day.com)
Falando um pouco deles, é uma banda que engatinhou em 1989 e se consolidou em 1990. Gosto da química da banda, embora seja comum ouvir destaque para Dolores O’Riordan, vocalista de voz singular (consegue ser forte ou frágil ao seu bel prazer). Possui 5 álbuns gravados (eu não sei se já lançaram o 6º álbum, previsto para este ano). Sua maior obra, segundo a crítica, é No need to argue, que tem os hits Ode to my family e Zombie, mas existem mais hits espalhados pelos outros álbuns também, como Dreams, I Will Always (do disco Everybody else is doing it, so why can’t we?), Hollywood, Salvation (do To the Faithful Departed), Just my imagination (do Bury the Hatchet), Every morning e Carry on (do Wake up and smell the coffee). Bom, todas as músicas desses discos são boas e sei que muitos discordam do que escrevi, mas ainda assim convido a quem, por acaso, não conhece a banda que ouça a sua obra, pois são músicas que valem a pena! Há tempos queria dedicar um post a eles; hoje consegui!
Um brinde ao The Cranberries e sua qualidade musical!
VMB 2012, o início. (Foto: Marcos Issa/Argosfoto/MTV)
Ontem houve a tradicional premiação de música da MTV, o prêmio VMB. Eu já nem sei mais o que significa VMB, porque não pode ser o que eu achava que fosse! No ano passado eu não postei nada sobre o prêmio por indignação ao ano anterior. Em 2010, comentei que o lado bom daquela premiação (dispensarei adjetivos!) era que o modismo musical contemporâneo faria com que o cenário mudasse rapidamente e poderíamos ter outros artistas premiados dali em diante. Bem, em parte eu errei: as coisas não foram tão rápidas assim. E em parte, acertei: houve mudanças, sim... tive que me acorrentar na cadeira sob sérios riscos de me atirar da janela.
Em 2010 fui bem comedido (se quiser relembrar, clique aqui) e peço desculpas se não conseguir o ser dessa vez. Talvez seja a idade avançando, o que normalmente é acompanhado de uma inversa proporção de paciência ao absurdo! Enfim, vamos primeiramente ao lado bom da premiação: lado bom..........................................bem.............................ok, ok, achei: o cenário estava bem legal! A produção estava melhor e toda a parte visual foi bem feita! Talvez a apresentação do D2 também, mas eu confesso que nunca fui muito fã dele e tenho uma declarada aversão a rap, estilo pelo qual ele sempre se aproximou misturando primeiro com rock e, atualmente, com samba.
Gaby Amaranto, maior vencedora do VMB 2012
Falando das apresentações, quase todas foram muito ruins! Salvaram-se D2 e Agridoce, nova banda da Pitty. E por pouco. Nós estamos seguindo a tendência americana de valorizar o rap, o que lá se dá através do hip hop, e a grande parte das apresentações foi nessa linha. Ok, eu não gosto, mas lá nos EUA pelo menos tem algum talento envolvido: letra, voz, produção. Aqui os rappers são toscos, as letras ruins, a voz ruim, a atitude é uma arrogância que beira a repugnância... não é a mesma coisa. Não dá para respeitar isso (ao menos, por enquanto)! Teve uma dessas tétricas bandas que subiu ao palco e ficou alguns minutos só xingando e falando palavrões, achando que isso era ter atitude! Faça-me o favor! É lamentável! Aí, sobe ao palco uma cantora que foi anunciada como “a tal” do punk e rock: Karina Buhr. Lembra quando me acorrentei na cadeira? Acho que foi nessa hora! Sem exageros, eu nunca ouvi algo tão ruim em toda a minha vida! Uma música sem letra, uma cantora sem voz nenhuma, desafinada, forçando uma atitude muito pior do que a Kesha faz, por exemplo (imagine!). Depois veio outra: Karol com Ká. Minha esposa sabiamente comentou: “hoje em dia é só se vestir igual louca e falar umas baboseiras para aparecer na televisão”. Isso é muito triste!
Bom, o que se esperar de um país cujo hit é Eu quero tchu? Esses caras até foram lá fazendo parceria com Bruno Sutter e sua ridícula paródia com a banda Detonation! E falando em hits ruins, vamos, então, às premiações em si: a grande vencedora foi Gaby Amaranto, com 3 prêmios. Ela é quem canta Ex my Love. Nessa onda de músicas vazias, esta é mais uma dessas. Ao menos ela veste a "roupa" de brega e se assume como tal. E até que a voz dela não é ruim, mas a ideia de colocá-la no holofote e premiá-la me assusta muito! Enfim, ganhou Melhor capa, Artista feminina e Artista do ano (o principal prêmio do evento). Prêmio Revelação foi dado à Projota, banda de rap, gênero que se fez muito marcante neste VMB. Melhor disco: Sintoniza lá, de B-negão. Nesse eu torcia para Agridoce, embora não ache bom, mas era o menos pior! Melhor banda: Vanguart, uma banda com muita cara de amadora, um tanto ruim, mas melhor do que o Restart levar esse prêmio. Melhor artista masculino: Criolo, gente boa, mas não curto nem de longe a música dele. Estavam indicados (e perdidos) Dinho Ouro Preto e Lenine; em vão, torci para algum dos dois.
Rita, Gaby, Agridoce e Emicida (Foto: Leiajá imagens)
Como prêmio Aposta, quem levou foi O Terno. Nesse momento eu estava quase catatônico já. Qualquer um que ganhasse estaria me levando à loucura um pouco mais. Melhor música: dois vencedores: Wado (Com a ponta dos dedos) e Emicida (Dedo na ferida). Seria ótimo se a Rita Lee, indicada, ganhasse com Reza, mas já não tinha mais esperança disso. Clipe do ano: Racionais MC, Mil faces de um homem leal; não sei, não assisti nenhum dos indicados, nem vou comentar. Aí houve as premiações que o público elege... deveriam ser as melhores, mas hoje em dia, eu tenho pânico disso! Enfim, Restart levou o prêmio de Hit do ano. Essa banda é muito bem relacionada na internet, então, consegue angariar votos cegos de fãs apenas por conta disso e não por qualquer outro tipo de merecimento. Novamente foram vaiados e tiveram que dar as respostas clichê, embora este ano não tão humildes quanto em 2010. Ou seja, o único respeito que tinha por eles, foi pelo ralo completamente! O outro prêmio eleito pelo público foi Artista internacional, onde ganhou One Direction frente a talentos reais como, por exemplo, Lana Del Rey e Maroon 5. Até Kate Perry seria mais plausível. Enfim, pobre Bieber que foi preterido dessa vez (ainda bem!)...
Para finalizar, queria comentar que o prêmio principal, Artista do ano, bem poderia ter recaído para Rita Lee ou Agridoce. Estamos falando de uma premiação de música, gente! Arte! Não pode essa Gaby ser o destaque disso! Ou é a falência declarada da nossa cultura? Não respondam. É melhor. Fica aqui meu compromisso de que este é o último post que faço do VMB até que nosso cenário musical seja devolvido à arte de verdade! Não tenho mais estômago e paciência para isso! E nem quero ficar escrevendo só na vibe de soltar veneno, pois não é meu estilo de crítica musical favorito! Só que com um cenário desses, não dá para evitar! Peço desculpas ao teor pesado e rude das críticas desse post e isso também justifica minha decisão de não mais comentar o VMB daqui em diante! A menos que tudo mude! Oremos!
Difícil aquele que não tenha escutado frases como: “a economia é o motor da história” ou “a economia é o que move o mundo”. Teorias conhecidas e vindas de pensadores e economistas como Karl Marx e Adam Smith. Na verdade, desde que o capitalismo fincou raízes no mundo (e nas nossas mentes) tendemos a enxergar dessa forma, mas eu ainda continuo achando tudo isso uma grande ferramenta. O homem criou a economia e, juntamente, todas as suas ferramentas... como a moeda, por exemplo.
Desses inventos simples, que se tornaram muito complexos, é que surgiu a necessidade de ganhar dinheiro e os desejos de riqueza e tal. Ok. Só que, como falei, são ferramentas. São o depois que, com freqüência, enxergamos como o princípio. Confusões normais de gente, e de gente que não tem tempo para refletir também. Aliás, esse é um privilégio que as gerações manipuladoras tentam cada vez mais nos privar. É uma pena. Bom, mas não é disso que estou querendo falar, mas sim, daquilo que é de fato o princípio. O que realmente move o mundo... parênteses: mover o mundo é mover as pessoas, claro. O mundo mesmo não está nem aí para as nossas questões existenciais. Enfim, o que realmente move o mundo é o sentimento de insatisfação!
É desse sentimento que surge a vontade de querer mais, diferente, novo, melhor... e todos os desejos que alimentamos todos os dias. Quando estamos satisfeitos, não queremos mais nada. Estamos plenos. Imagine, se for possível, a satisfação absoluta, em todos os campos da sua vida... você não iria querer mais nada de novo. Estaria plenamente confortável... e conformado. Só que a insatisfação mexe com os nossos nervos, com nosso ego, com nosso orgulho... e nos faz batalhar por algo que nos prometa a satisfação. E nessa, criamos todas as engenhocas possíveis para realizar essa promessa. Então, pessoal, quando ouvirem novamente dizer que a economia move o mundo, saibam que o interlocutor está enxergando somente uma parte do todo. E foi enganado pelo seu próprio desejo que é, simplesmente, se satisfazer.
E, então, paremos de criticar tão severamente os insatisfeitos! É deles que provém, não só mudanças financeiras, mas científicas, sociais e em todos os campos que envolvem nosso cotidiano! Os satisfeitos não necessitam de novidades. Os insatisfeitos, sim, buscam sempre mais. Bom ou ruim? Depende. Apenas vale sabermos que não é um sentimento negativo por inteiro. É um grande motor! Para o bem ou para o mal. Mas aí caímos na questão das escolhas e é um outro papo, um outro dia.
Houve tempo em que a natureza era a natureza e o homem era o homem, embora componente da própria natureza. E de alguns anos para cá, alguns ganharam status diferentes; sofreram uma “naturalização” que não dá para entender. E, de repente, o fulano virou fenômeno. O beltrano virou vendaval. O ciclano virou furacão. Deveria chamar atenção, não fossem eles pessoas normais, levando suas vidas normais, sendo, no máximo, celebridade. Nada contra celebridades, mas os adjetivos parecem nunca ser suficientes. E aí, para valorizar mais, faz-se a naturalização do ser.
O problema disso tudo, não é nem o termo usado. Fenômeno, furacão, tornado... não importa. O problema é o foco da situação. Pode chamar do que quiser, mas não deixe de dar atenção ao que esses “elementos da natureza” estão fazendo e representando. Como é que estamos falando de um problema político, moral e sério e, de repente, o foco das notícias vira... o furacão da CPI? Que apareceu em tal vídeo, que a mulher é assim e assado... claro que a existência do vídeo é relevante, mas nem assim a coisa é levada a sério e mais está se falando da exuberância da fulana do que da CPI em si.
Podem chamar as pessoas do que quiserem. Isso foi uma simbologia que usei apenas para chamar atenção do quanto as irrelevâncias estão usadas para tapar nossos sentidos. E, sem perceber, fazemos um culto ao vazio e à ilusão em tempo integral. E aqueles que se aproveitam da ingenuidade coletiva, enfim, sorriem satisfeitos com o espetáculo, em suas poltronas confortáveis, completamente impunes. E, assim, a dinastia do não saber, da não atitude, do desinteresse, permanece na mentalidade do povo. O homem vai ficando, então, “naturalmente” cego.
Para os supersticiosos, hoje é um dia de azar, mas os fãs de Rock não estão nem aí para isso, afinal, dia 13 de Julho é o dia internacional do Rock! Não sei se já falei aqui antes, mas o dia do Rock não é tão antigo quanto deveria ser. A origem desse dia foi em 1985, quando rolou o primeiro Live Aid, festival promovido por Bob Geldof, que foram shows acontecendo nos Estados Unidos e na Inglaterra simultaneamente. Foi feito para chamar atenção do mundo à situação da Etiópia. Pelo destaque que teve, foi declarado à partir dali que aquela data seria considerada o dia mundial do Rock. Falei “primeiro” porque em 2005 rolou o Live 8, com a bandeira de exigir do G8 o perdão da dívida externa dos países pobres. Enfim, esta foi a origem desse dia tão adorado pelos rockers.
Outro dia falei das atitudes que algumas bandas tomaram e que, por conta disso, mudaram a sua história para melhor (se não leu na época, clique aqui). Para comemorar este dia, então, decidi falar de algo nessa linha, mas um pouco mais amplo: os patronos do rock, o que eles fizeram de diferente para culminar com sua impressão digital na história da música! Um outro ponto de vista para se falar da história do Rock. Vamos ver se funciona!
Jimi Hendrix (Foto: SitesMexicos.com)
Lá nos primórdios, bastaria Arthur “Big Boy” Crudup ter tocado o blues da forma como se fazia e teria músicas belas mesmo assim, mas decidiu acelerar o tempo delas e disso, a porta do universo musical abriu uma fresta e enxergou-se o Rock do outro lado. E se Elvis tivesse cantado sentado num banco ou parado em pé em frente ao microfone, ainda assim seria uma bela voz, mas ele incluiu alguns acessórios (ou ele ou o empresário, não importa): cabelos castanhos, roupas chamativas e, para mim o principal diferencial dele, a presença de palco. Ali sim, Elvis deu um salto para a história e mudou a forma de se apresentar Rock, tornando-se seu Rei. Até então, talvez a coroa estivesse destinada a Bill Haley.
Se tudo ia muito bem e as pessoas pensavam que a fórmula do Rock estava fechada, ele mais uma vez foi reinventado. Um dos seus maiores símbolos ganharia destaque para sempre à partir dos anos 60: a guitarra elétrica! Já existia, sim, mas não da forma como o Rock mais gosta: com seus efeitos de distorção! A origem desses efeitos é atribuída a uma falha dos amplificadores. Quando operados no volume máximo, como são valvulados, o som da guitarra acabava saindo diferente, literalmente, distorcido! Esse efeito agradou aos fãs e aos guitarristas. Na verdade, os pedais nada mais fazem do que simular esses tipos de falhas em diferentes timbres e vibrações, gerando efeitos diferentes. Bem, quanto a isso, atribui-se a Dave Davies, do The Kinks, o título do primeiro a usar esses efeitos em músicas. O Rock tinha atingido mais um passo evolutivo!
Dave Davies, The Kinks (Foto: Neal Preston/CORBIS)
Se Dave trouxe a distorção para o Rock, Jimi Hendrix tomou para si a novidade e não mudou os efeitos da guitarra... mudou a forma de se tocar! Os solos de Hendrix e seus harmônios o colocaram nas poltronas Vips do Rock para sempre, em um reinado absoluto que, vou arriscar dizer, nem Elvis teve! Das suas habilidades, incrementaram-se os solos de Blues, Folk e inspirou os solos do Metal e Hard Rock. É como se Dave trouxesse o prato de macarrão ao mundo e Jimi o ensinasse a enrolar no garfo para comer.
As acelerações e abuso das distorções de Sex Pistols e Ramones, a desaceleração de tudo o que vinha sendo feito, com Pink Floyd, a limpeza melódica no punk feita pelas bandas grunges (embora mantivessem o espírito da distorção muito vivo)... todas essas atitudes ajudaram a compor a história deste estilo que, além da minha parcialidade natural, considero um dos mais ricos da música! Desse aspecto específico, comento em outra oportunidade, antes que os defensores da MPB, Samba e afins me crucifiquem desde agora, ok? Que esta sexta-feira 13 supersticiosa seja superada pelo bom e velho Rock, pois hoje preto não é azar! É música!
Aos fãs e músicos, vamos instituir o desejar de um FELIZ DIA DO ROCK! A todos nós!
Lembro da infância, onde dentro de toda a insegurança que pude ter, tive mãos fortes que me guiaram e, não só isso, me orientaram para que pudesse caminhar sozinho rumo à maturidade. Na adolescência nem sempre quis aquelas mãos que na infância foram tão sábias, mas que nesta fase, erroneamente, julguei não compreender os caminhos que queria seguir. Na verdade, estavam mesmo é continuando a me guiar, mas na teimosia clássica e, talvez até, necessária da maturidade, a rejeitei algumas vezes. Só que, mesmo com toda a discordância que poderia ter, sabia algo primordial: noção de respeito. Respeito à experiência, respeito ao papel de quem me guiava, respeito ao meu papel dentro de toda essa história. E por tudo o que me foi ensinado até então, e que fez de mim o que sou hoje.
E tenho certeza que essa não foi só a minha história, mas muitos outros e, quem sabe, a sua que está lendo agora. O que não posso me conformar é com as notícias que estou lendo diariamente há meses! Filhos matando pais. Irmãos se matando. Alunos batendo em professores. Alunos denegrindo publicamente imagens dos familiares, professores, colegas... agindo como legítimos marginais de redes sociais! O que diabos estão pensando?? Como uma pessoa pode achar certo matar a tiros um(a) ex-(seja lá o que for)? Como uma mãe pode achar que tem o direito de jogar os filhos da janela de um prédio porque está “cansado deles”? Que porcaria de educação recebeu um estudante imbecil que acha “bonitinho” tirar fotos da bunda de uma professora e colocar no Facebook fazendo piadas, expondo a pessoa dessa forma? Mas que porra é essa que está virando este mundo??
Pois bem, pais, mães, veículos de comunicação... educadores e orientadores em geral... acho que as longas férias que têm tirado já foram longe demais. Por favor, retomem seus postos. Não é possível que esses fenômenos de internet sejam justificação plausível para a deseducação do ser humano. Acompanhem de perto seus filhos, pois esta é a forma de educá-lo, e não apenas enchê-los de coisas e coisas e coisas... se isso não fosse vazio, não seriam “coisas”. E que todos esses adultos enlouquecidos que andam fazendo besteiras por aí, procurem enxergar que a vida dos outros é tão valiosa quanto as suas próprias. E procurem ajuda, se precisar. Ou, senão, caiam fora da sociedade! Nós, pessoas de bem, humanas, respeitáveis, não queremos conviver com vocês! Eu não quero ficar lendo essas notícias todos os dias! E não sou eu que tenho que parar de ler jornais; é esse tipo de comportamento monstruoso, criminoso e nojento, que precisa cair fora do mundo!
Já vi alguns bons rankings sobre os melhores riffs da história do rock. Para quem não sabe, riff não chega a ser necessariamente a base de guitarra de uma música, mas podemos dizer que é o corpo dela. A sua referência rítmica mais marcante. Eu admiro um bom riff, claro; afinal, como não elogiar um riff como o de Smoke on the water, Layla, Paranoid, Sweet Child O’Mine... são tantos! De qualquer forma, há outro aspecto musical que eu considero igualmente emocionante: as introduções. Tão legal quanto ouvir uma música com um baita riff, é ouvir aquela introdução que, às vezes, interrompe uma conversa quando ouvimos e anuncia que a tal música, que tanto curtimos, está começando!
Dave Grohl (Foto: Buy Cymbals)
Existem introduções que não são necessariamente boas, complexas, mas que marcam mesmo assim. Fico curioso em saber se quem compôs imaginou que seria tão marcante. Por exemplo: Linger, de The Cranberries. É simples, é repetitiva, mas marcou época. E, como alguns rankings de riff citaram o de Smell like teen spirit, devo dizer que sua introdução é uma das que gosto, ainda no campo das simples. Eu sei que é igual ao riff, mas o detalhe de começar com a guitarra “limpa” para, só depois, incluir a distorção quando a bateria dá o sinal verde, é o que dá o toque artístico da introdução. Por sinal, este detalhe é mérito de Dave Grohl, baterista do Nirvana na época. É até comum que a introdução seja parte do riff ou seja uma frase que, lá no meio da música, volta a aparecer, mas eu acho bacana mesmo assim. Não tira a magia da coisa. Por exemplo, o início de Sweet Child O’Mine (do Guns) aparece recorrentemente durante a música, mas o efeito daquele solo na introdução não é prejudicado por isso. Layla (de Clapton) também faz uso disso. Stairway to heaven (do Led) é outro exemplo, já que a introdução é a base do início da música, mas mesmo assim, faz um belo efeito como tal.
Humberto Gessinger, vocalista do Eng. do Hawaii
Falando em rock nacional, as introduções das músicas do Raimundos costumavam ser relativamente trabalhadas. Eram boas e faziam um contrapeso legal já que os riffs eram normalmente bem simples. A mais pedida, I saw you saying, Mulher de fases, por exemplo, começavam com um solozinho ou frases legais. Uma banda cujas introduções eu gosto muito é Engenheiros do Hawaii. Eu sei, eu sei, ela é uma das bandas mais odiadas do senso comum, mas eu não tenho nada a ver com isso. Para mim, é como todas as outras (boas). Enfim, por exemplo, Refrão de um bolero, Infinita Highway tem introduções inconfundíveis. Não tão clássicas como Pra ser sincero, claro. Esta, nos shows deles, já virou coro. As pessoas ficam cantarolando enquanto ele a toca, atualmente, no piano ou teclado. Mas de todas as que posso me lembrar no momento, incluindo outras bandas, acho que uma das minhas prediletas é a de Índios (de Legião), em sua versão acústica.
É difícil classificar em importância os elementos de uma música. Para quem gosta, não há como, mas quis dedicar este post a um deles do qual não se fala muito, mas que é o começo de tudo. É a porta da casa. É igualmente parte da poesia. Brinde, então, a compositores e arranjadores que conseguem criar introduções que falam por si. Encerro com dois vídeos para poder prestigiar as músicas nacionais e internacionais também.
De um texto originário de uma avalanche emotiva, surge uma reflexão ao melhor estilo #filosofiadebotequim. É comum a gente reclamar da vida. Parece algo bem típico do ser humano. Aliás, aquele que nunca reclama de nada, nunca tem problema, certamente tem um defeito pior: a mentira. O que às vezes não passa pela nossa cabeça é: todos estão passando por algo do tipo. Ou já passaram. Ou passarão. Não estou entrando no mérito de motivos, ta? Todo mundo acha o seu pior. O pobre diz que o rico reclama de barriga cheia; queria ele ter o dinheiro do outro que iria viver sorrindo sem problema algum. O rico, ao contrário, diz que o pobre é feliz por que pode se dar ao luxo de se divertir, ter tempo para a família, não ser julgado o tempo inteiro e tal e tal e tal.
A verdade é que os problemas nos cansam. A nossa rotina nos cansa. As nossas obrigações nos cansam. Ser bonzinho o tempo inteiro enche o saco. Ser pró-ativo o tempo inteiro é irritante. Ser forte o dia inteiro é sacal. Ser famoso todos os dias, para todos os olhos, tira do sério. Abençoado seja o inventor do pão e circo (sem méritos políticos, ok? Antes que os reacionários de plantão me bombardeiem. Isso é modo figurado de dizer)! O momento permitido pela lei da consciência de cada um para chutar o balde. Aproveitemos, claro. Por que não? Mas não vamos cair nessa ilusão que, afinal de contas, é o princípio desse invento. Vamos usá-lo ao nosso favor. Aproveite isso. Hoje, por exemplo, que é sexta-feira: chute o balde, sim. Mas saiba que isso não vai mudar sua realidade e nem resolver os seus problemas.
“Faze o que tu queres, pois há de ser tudo da lei”. Concordo. Só que vamos cuidar daquilo que nos faz bem de verdade. Fazer o que queremos de verdade. Se você não pode plenamente se livrar das obrigações, como eu também não, vamos fazer o seguinte: doses diárias e homeopáticas daquilo que nos faz bem. Isso, sim, pode mudar alguma coisa no nosso astral. E, para não dizer que isso é uma página de um livro de auto-ajuda, aproveite o pão e circo sim! Afinal, ser “cabeça” toda a hora é um saco também! Brindemos a todo o tipo de alegria! Inteligente, fútil, produtiva, recreativa... contanto que legítima.
E não é que estava eu em casa, resolvendo um problema pontual, doméstico, e sou informado que um determinado aparelho pode estourar a qualquer momento, de acordo com o técnico que me atendeu? Não tem nada de legal nisso. Na verdade a única coisa relevante é que isso me remeteu a uma situação que volta e meia acontece no mundo da música: o acaso do estouro. Acaso ou não, a depender da crença de cada um. Eu, particularmente, acredito em destino, mas isso não é obrigatório para curtir o que se segue, afinal, o que contarei são curiosidades do mundo rock/pop.
Lembrando dessa situação, vi como uma decisão simples pode ser um empurrão para o sucesso ou, ainda, pode, por acaso, resultar nele. Junho de 1983. Uma banda, existente desde o final dos 70, tem a proposta para um show no teatro a céu aberto chamado Red Rocks. Foi o lançamento do álbum War e pareceu o show perfeito para divulgação. E disso, de um show que não tinha tantas pretensões, o U2 partiu para uma bem sucedida carreira internacional. Sunday Bloody Sunday e New Years Day alcançaram um sucesso estrondoso no mundo inteiro, certamente, muito mais do que Bono e seus companheiros imaginaram. Até hoje, muitos consideram o melhor show deles. Rendeu um ao vivo: Under a Blood Red Sky.
Joey Ramone
Voltando um pouco mais no tempo, em Julho de 1975. Mais um show despretensioso que mudaria a história do rock: o local era o palco da CBGB. Uma banda, até então desconhecida, sobe ao palco e toca por 17 minutos apenas... 20 músicas. O público foi bombardeado por um som barulhento e totalmente diferente do que estavam acostumados. Suas letras simples e despojadas iam de encontro às outras bandas que ali se apresentaram. Era o princípio de tudo para os Ramones. De lá, rapidamente, ganharam o mundo e divulgaram o punk rock, de onde influenciaram bandas como Sex Pistols e Clash.
E o que falar do garoto que foi acompanhar o amigo num show local em Julho de 1957. A banda local, Quarrymen, se atrasou e, quando chegou, o vocalista afinou às pressas (e mal) seu violão e subiu ao palco. O amigo desse garoto o conhecia. No intervalo do show foi até ele e apresentou seu amigo que se ofereceu para afinar melhor o violão. O vocalista, então, impressionou-se com a habilidade que o garoto tinha. “Obrigado. Quem é você”. “Meu nome é Paul”. “Prazer. Sou Lennon. John Lennon”. De uma saída para ver um show qualquer, de um violão desafinado, surgiu uma das maiores parcerias da história do rock. Apenas por curiosidade também, essa mesma sintonia traria o fim dos Beatles, quando duas personalidades geniais entraram em conflito. John era inseguro com suas letras e constantemente reclamava que as músicas de Paul tocavam mais. Guerra de egos. Coisas do mundo rock.
John Lennon em show com Quarrymen, 1957.
Pequenas decisões, despretensões, um mundo à espera. Nunca se sabe, mas é muito bom quando acontece!
De fato não sabemos o que nos leva a tomar algumas decisões. Todas elas alteram nosso caminho. Às vezes me pego pensando: o que aconteceria se ao invés de escolher A, escolhesse B? E se eu não tivesse aceitado tal convite? E se tivesse continuado nesse caminho? E tantas vezes a gente gostaria de ter sido diferente. E não só para nós mesmos, mas para os outros. Para os que gostamos. Para o que curtimos.
E se Kurt Cobain, por exemplo, não tivesse se matado? Ah, quantas músicas mais poderia ele ter feito? Ou estaria arruinado? E se Johnny Cash tivesse desistido de cantar por ser ruim de Gospel, gênero que achava ter que seguir no seu período pré-carreira? Então, não tentaria cantar o seu som nato, e a história do country seria totalmente diferente. E se John e Paul conseguissem superar suas diferenças de ego e decidissem, por fim, continuar com os Beatles. E poderiam ter lançado um disco que superasse o famoso Sgt. Pepper em genialidade. E Lennon poderia estar vivo. Mas jamais teríamos as belas Imagine, Jealous Guy e outras. E se Elvis tivesse se tratado e, enfim, superado o vício em remédios. Teria tido longevidade de carreira tão bem sucedida como teve Cash e tem até hoje Paul?
Se ao invés do asfalto, persistisse nas nuvens? E ao invés do terno, o jeans? Ao invés da pasta, o violão? Ao invés da falácia, o olhar? E tudo, tudo, poderia ser diferente. E pode ser por um tempo.
Que nunca esqueçamos, aconteça o que acontecer, da importância em manter a poesia viva dentro da gente, independente do gosto artístico. Quando a cabeça não souber o que fazer, ela não vai te trazer a solução, mas vai acalmar a sua alma e trazer o estado de espírito que você precisa para retomar a clareza e tocar a vida como deve.
Engraçado como pesquisar um assunto muitas vezes nos leva a outro caminho. Pois estava eu com a pretensão de falar sobre o primeiro show de rock realizado. Curioso? Sim. E não é que essa curiosidade me levou a outra história diferente!
Já falei anteriormente sobre a quem é atribuído os primórdios do rock. Isso é motivo de discordância entre críticos da música. Seria Arthur Crudup? Chuck Berry? Little Richard? Elvis? Bill Haley? É difícil dizer. E o rock é tão variado que possivelmente cada um deles estava criando uma forma diferente de fazê-lo. Só que, afinal, para nós, para os fãs, para o mundo, quem criou o rock?
Bem, na verdade a pessoa que criou o termo rock, ligado a estilo de música, e o difundiu para o mundo para, então, influenciar a cabeça dos jovens lá dos anos 50, não tocava guitarra, não cantava, não usava jaqueta de couro ou qualquer coisa do tipo. Quem o fez foi Alan Freed, um DJ de uma rádio de Cleveland, Ohio. Ele tirou esse termo, rock and roll, de um blues lá de 1922 chamado My Daddy Rocks Me With a Steady Roll, de Trixie Smith. Alan trabalhava em um programa que tocava R&B e, a partir daí, percebendo que aquelas músicas primordiais do rock, como por exemplo, Rock Around The Clock de Bill Haley fazia a cabeça dos jovens, começou a divulgar o estilo e promover festas de... Rock and Roll.
Se não foi o responsável pelo rock, claro, ele não fez as músicas, foi certamente o melhor trampolim que os artistas tiveram para que o sucesso de suas músicas se espalhasse pela America rapidamente e os transformasse em lendas do Rock. Vamos dizer, então, que Alan Freed criou um lar para Bill, Chuck e companhia. Isso faz a diferença? Toda. Combinando, então, a origem do rock musicalmente, com a invenção da sua identidade e nome, temos um belo conto de Rock.
Obrigado, então, Alan. Somos todos gratos a sua divulgação!